Vans
Os derivados de turismo estão a sofrer, este ano, um aumento entre os 20 e os 30 por cento no valor das rendas propostas pelas gestoras de frota.

Diz Carlos Costa, da Athlon Car Lease:

“A renda sobe cerca de 20%,  principalmente fruto da subida do ISV. Dependendo das motorizações, quase que duplicou. Por exemplo, numa motorização de 1.600cc e 95cv passa de 3.700€ em 2011 para 7.100€ em 2012”

Na BBVA Finanziamento, onde o peso dos derivados de turismo era apenas de 3,9%, o aumento nas rendas é de 18,7 por cento.

Na Leaseplan, que tinha aproximadamente 30% da sua frota em gestão neste tipo de carros, a variação foi de 19 por cento, considerando todos os serviços.

“Mas se tivermos em consideração apenas a renda financeira, ou seja, o aluguer, a variação rondará os 27%”, diz Ricardo Silva, Consultancy & Tender Manager da LeasePlan Portugal.

Estes dados referem-se às rendas de um derivado de turismo do segmento C. As gestoras utilizaram as mesmas premissas para chegar a estas rendas que utilizavam em 2011. Uma delas é o valor residual.

O que deixa uma questão: se o preço do carro aumenta, o valor residual absoluto não deveria também subir?

As gestoras justificam este aumento nas rendas (proporcionalmente maior do que no PVP dos carro, onde é cerca de 10%) com o aumento de preço.

“Claro que se o preço final do carro aumenta, a renda também aumenta”, diz Carlos Costa. O BBVA Finanziamento diz que o valor da renda foi calculado com base nas tabelas de preço em vigor desde o início do ano, sendo que o  VR desceu cerca de quatro por cento.

Mas Ricardo Silva chama a atenção para que, apesar de o veículo aumentar de preço, “o seu valor estimado enquanto usado não aumenta na mesma proporção, aliás, aumenta significativamente menos”.

No BBVA Finanziamento, também se admitirem alterações nos valores residuais.

“O PVP da viatura subiu de tal forma que está idêntico ao da viatura de passageiros”, esclarece João Rosa, do BBVA.

Mas a Athlon não está a considerar valores diferentes. “Dentro de três ou quatro anos, quem compra derivados de passageiros usados não estará disposto a dar mais mil ou dois mil euros pelo facto de o preço do mesmo carro ter subido cerca de três mil euros de Dezembro de 2011 para Janeiro de 2012”, exemplifica.

“Daí que o valor residual contabilizado é hoje o mesmo que foi contabilizado até 31/12/2011, de onde facilmente se depreende que, a nível percentual, o valor residual baixou”.