O renting automóvel consolidou-se nos últimos anos como a modalidade de financiamento de frota mais dinâmica e inovadora em Portugal. Mais do que uma alternativa ao leasing ou à aquisição direta, tornou-se num verdadeiro motor de transformação no sector da mobilidade, acompanhando as exigências de eletrificação, sustentabilidade e controlo de custos que marcam a agenda das empresas e progressivamente também dos particulares
Num contexto em que a pressão regulatória, a incerteza económica e a necessidade de modernizar o parque automóvel são cada vez mais evidentes, o renting posiciona-se como a resposta mais adequada. Os dados estatísticos da ALF – Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting e da ACAP – Associação Automóvel de Portugal, bem como as conclusões do Barómetro Automóvel e de Mobilidade 2025 da Arval, confirmam que esta será a modalidade de financiamento com maior crescimento nos próximos anos.
O ano de 2024 marcou um ponto alto para o renting. Segundo a ALF, registou-se um crescimento de 7,2% no número de viaturas ligeiras novas em renting e uma subida de 13,6% no valor dos contratos, que atingiram perto de 1,2 mil milhões de euros. No total, a frota sob gestão ultrapassou 136 mil viaturas ligeiras, num valor superior a 2,8 mil milhões de euros, representando um acréscimo de 13,4% em relação ao ano anterior. Estes números apontam para a possibilidade de, em 2025, o renting atingir a marca simbólica das 140 mil viaturas em circulação.
Em paralelo, o mercado automóvel português continua em expansão. Entre janeiro e junho de 2025, foram matriculados mais de 143 mil veículos, um aumento de 4,2% face ao ano anterior. O segmento dos ligeiros de passageiros foi o motor desse crescimento, com 6,5% no semestre e quase 15% em junho. A eletrificação avança a ritmo acelerado: 65,5% dos novos veículos matriculados no semestre eram movidos a energias alternativas e, no caso dos ligeiros de passageiros, 20,2% já eram 100% elétricos. Em agosto de 2025, o mercado acumulava 179 mil veículos, dos quais 66,7% eram alternativos e 23,7% elétricos.
Este movimento revela uma tendência clara: à medida que o mercado automóvel cresce e se eletrifica, o renting torna-se o modelo preferencial de acesso a viaturas, pois oferece flexibilidade e mitiga os riscos associados à rápida evolução tecnológica.
Por que o renting é a solução mais atrativa
O renting não é apenas uma forma de financiar automóveis; é uma solução integrada de mobilidade. E é aqui que reside a sua força. Ao contrário do leasing ou do crédito automóvel, o renting agrega numa única mensalidade todos os serviços essenciais — manutenção, pneus, seguros, impostos, assistência em viagem — permitindo às empresas e particulares planear custos de forma previsível, sem surpresas.
Enquanto a aquisição direta imobiliza capital e expõe os utilizadores à desvalorização, o renting garante liquidez e reduz risco. Mas o fator mais transformador é a sua ligação direta à transição energética.
As empresas enfrentam hoje uma pressão crescente para reduzir emissões e responder a critérios ESG. O renting é o canal mais eficaz para a eletrificação de frotas: permite renovar viaturas com maior frequência, garante acesso às últimas tecnologias e dilui o risco de obsolescência. Além disso, muitas ofertas de renting já incluem soluções de mobilidade elétrica, como a instalação de pontos de carregamento e serviços de consultoria para ajudar as empresas a escolherem os modelos mais adequados ao seu perfil de utilização.
Ao acelerar a renovação do parque automóvel, o renting contribui não só para a competitividade das empresas, mas também para a sustentabilidade ambiental e para a modernização do país.
Tendências reveladas pelo Barómetro Arval 2025
As conclusões do Barómetro Automóvel e de Mobilidade 2025 da Arval reforçam o papel central do renting no futuro da mobilidade. De acordo com o estudo, 23% das empresas já recorrem a esta modalidade, o que representa um crescimento de 15% face ao ano anterior. Ainda mais relevante é a intenção expressa: 34% das empresas planeiam optar pelo renting na próxima renovação de frota.
Comparativamente, o leasing financeiro continua a ser a opção mais usada, com 33% de adesão, e a aquisição com fundos próprios ainda representa 32%. No entanto, a tendência é clara: o renting está a aproximar-se rapidamente do leasing e pode ultrapassá-lo nos próximos anos, graças à sua flexibilidade e capacidade de adaptação.
Outro dado crucial é que 86% das empresas com frotas ligeiras já usam ou têm definida uma estratégia de carregamento elétrico. Isto demonstra que a eletrificação deixou de ser uma possibilidade remota e passou a fazer parte da gestão corrente das empresas. Nesse contexto, o renting, pela sua natureza integrada e pela capacidade de oferecer soluções adaptadas, torna-se a ponte natural entre a transição energética e a mobilidade empresarial.
O renting como catalisador da nova mobilidade
A evolução do mercado automóvel português mostra um crescimento sólido, mas também uma mudança estrutural: o predomínio das energias alternativas. A transição energética não é apenas uma tendência, é uma inevitabilidade, e o renting surge como o modelo que melhor a sustenta.
Mais do que uma ferramenta financeira, o renting é um instrumento estratégico para empresas que procuram controlar custos, renovar frotas, cumprir metas ambientais e manter-se competitivas. Ao integrar serviços, oferecer flexibilidade e apoiar a eletrificação, o renting não apenas cresce em número, mas também ganha relevância como solução de mobilidade.
Os dados da ALF e da ACAP confirmam o crescimento sustentado do renting, enquanto o Barómetro da Arval revela uma clara intenção de expansão. Juntos, estes indicadores constroem uma certeza: o renting automóvel é a modalidade de financiamento de frota que mais continuará a crescer nos próximos anos em Portugal.
A sua capacidade de responder aos desafios da sustentabilidade, de garantir previsibilidade num contexto económico incerto e de apoiar empresas na transição para veículos elétricos torna-o a solução mais robusta e alinhada com o futuro da mobilidade. O renting já não é apenas uma alternativa; é o novo padrão da gestão de frotas em Portugal.


