O renting automóvel é a melhor solução para as empresas se ajustarem às variações económicas do mercado, como ficou provado durante a situação complicada vivida em Portugal nos últimos anos.
Esta foi a principal conclusão da mesa redonda sobre o renting automóvel promovida pela “Vida Económica“, que juntou António Oliveira Martins, vice-presidente da ALF com o pelouro do Renting e representantes das gestoras Arval, Leaseplan, ALD Automotive, Locarent, Finlog e VW Financial Services.
A certeza é baseada no pressuposto partilhado por todos os intervenientes de que se trata de um modelo que permite às empresas precaverem com maior segurança os custos e prevenirem desvios, capaz ainda de se combinar com as novas necessidades de mobilidade que a evolução da atividade das empresas poderá colocar.
Enquanto produto de aluguer, o renting não é um produto financeiro dependente ou exposto às variações do crédito ou correspondentes taxas de juro. As diversas variáveis da sua composição possibilitam também ajustes de tempo e quilometragem que, como os tempos mais recentes vieram demonstrar, podem revestir-se de extraordinária importância para o controlo dos custos operacionais das frotas de muitas empresas.
A constatação desta realidade explica porque a atividade do renting está a crescer em Portugal. Os dados de 2014 demonstram-no, sendo uma solução que tendencialmente deverá ultrapassar o leasing na escolha das empresas. E os intervenientes no encontro revelaram convicção de que o renting tem condições para despertar interesse entre os clientes particulares nos próximos anos, a exemplo do que já acontece em alguns países europeus.
Apesar de reconhecerem este potencial do canal particular, a prioridade atual das gestoras presentes no encontro realizado nas instalações da Liberty Seguros é o mercado das PME. Acreditam na capacidade de crescimento deste segmento que, além de mais, exige menos recursos de investimento e assume um risco menor que o particular. O cliente empresarial, mesmo de escassa dimensão quantitativa, em conjugação com as aplicações permitidas pelo uso das novas tecnologias de comunicação, permite à empresa locadora controlar de forma mais atempada e segura a correta utilização da viatura.
Instabilidade fiscal continua a maior ameaça
Já para o tecido empresarial do País, o maior risco continua a ser a falta de estabilidade fiscal, nomeadamente o referente à tributação automóvel e que, invariavelmente, tem reflexos negativos nas contas das empresas. A confiança foi seriamente abalada há 2 anos com o agravamento da Tributação Autónoma, obrigando a grandes ajustes em muitas frotas. Mais uma vez, o renting demonstrou ser o instrumento mais fácil e mais rápido para proceder ao reajuste dos custos.
No que concerne à Fiscalidade Verde, a opinião generalizada é de que não traz melhorias significativas ao TCO, afinal a grande ferramenta da atividade do renting. Outras soluções, como o caso espanhol, que introduz incentivos mais abrangentes, poderiam não apenas estimular a atividade do setor, como influenciar a redução da sinistralidade, algo de extraordinária importância, opinião corroborada pelo anfitrião do encontro, José António de Sousa, administrador da Liberty Seguros.
Mais do que as atuais intenções legislativas de âmbito fiscal, Miguel Ribeiro da VW Financial Services destacou que serão fatores externos como a obrigação de circulação de veículos elétricos nos grandes centros ou outro tipo de proibições que poderão, efetivamente, estimular o comércio de viaturas menos poluentes ou isentas de emissões.
Marginalmente foi ainda abordada a questão da entrada de novos atores no mercado do renting estar a obrigar ao aumento da competitividade do sector e ainda a atividade do car-sharing poder representar uma nova oportunidade de negócio, capaz ainda de contribuir para uma alteração de comportamentos e mentalidades dos condutores particulares.
Sendo o automóvel o “core-business” de qualquer das empresas representadas na mesa redonda da “Vida Económica”, todas reconheceram a necessidade de estar atentas e de acompanhar as evoluções e tendências de um mercado em constante evolução, onde o gestor de uma frota automóvel tem que assumir, cada vez mais, o papel de gestor de mobilidade de uma organização.
Intervenientes:
José de Sousa – CEO Liberty
António Oliveira Martins – vice-presidente da ALF
Nuno Jacinto – diretor de comercial e de comunicação da ALD Automotive
Ricardo Silva – diretor comercial adjunto da LeasePlan
Maurício Marques – responsável marketing Locarent
José Madeira Rodrigues – diretor comercial da Arval
Gonçalo Cruz – responsável de marketing e comunicação da Arval
Paulo Araújo – administrador da Finlog
Miguel Ribeiro – VW Financial Services
Artur Garcia – gestor de frota da Liberty