Neste artigo, vamos apresentar uma solução (o renting de usados) que dá resposta a um desafio específico com que muitas empresas se debatem, particularmente, na actual conjuntura económica
Como conciliar custos reduzidos/redução de custos com a flexibilidade de prazos curtos?
Bom, na verdade, dar resposta a esta questão seria quase como encontrar o Santo Graal da gestão de frotas, feito que a modéstia não nos permite reclamar.
Acontece, porém, que, enquanto consultores especialistas em gestão de frotas, é nossa função primordial auscultar as necessidades dos Clientes e encontrar uma forma de as satisfazer, sejam essas necessidades de ordem conjuntural ou estrutural sabendo que, na maioria dos casos, coexistem.
Colocámos mãos à obra e constatámos um facto que acaba por ser do senso comum, talvez até primário, entre os gestores de empresas. A grande generalidade das empresas está obrigada a reduzir custos e limitada a compromissos de curto prazo o que, do ponto de vista negocial, parece uma dicotomia. O artigo que redigimos mostra que não tem de ser necessariamente assim. Para tal, vamos transportar as evidências e comportamentos macro-económicos para o universo da gestão de frotas.
Na esmagadora maioria dos casos, o custo da mobilidade (aluguer) é menor quanto maior o prazo do compromisso (contrato), ou seja, um aluguer a 48 meses é menos oneroso que, por exemplo, um contrato a 1 mês tal como está representado no gráfico seguinte:
https://fleetmagazine.pt/2020/03/03/leaseplan-lanca-solucao-de-renting-nostressplan/
Analisando mais em detalhe este fenómeno, através da comparação da distribuição de custos, verifica-se que o que motiva os diferentes comportamentos entre prazos é o aluguer, resultado da maior desvalorização que os veículos sofrem no primeiro ano de vida.
Assim sendo, a solução está à vista! Anular a diferença no aluguer! Mas como?! Ora, se o problema é a maior desvalorização de um veículo nos primeiros anos de vida, a solução passará por envolver um veículo cujo maior período de desvalorização já tenha sido ultrapassado, ou seja, um veículo usado.
Como? Através do renting de um veículo usado? Pode ser uma solução uma vez que, nestes casos, os veículos já ultrapassaram o maior período de desvalorização. Todavia, apesar de eliminarmos o efeito desvalorização, existem custos cujo comportamento de um veículo usado difere face a um veículo novo como se pode verificar no gráfico anexo, particularmente a manutenção apesar de esta ser, em parte, compensada por uma redução do seguro (capital a segurar inferior) e do I.U.C., apesar de, neste último caso, a redução ser marginal.
Nesta altura o leitor questiona-se, sendo assim compensa recorrer ao renting de um veículo usado? A resposta depende da circunstância em que se encontra.
Se já tem um contrato de renting activo que se encontra em fim de vida e em que existe a possibilidade de alargar o prazo desse mesmo contrato, caso a nova renda resultante reduza ou se mantenha inalterada, a opção pela extensão será a melhor na medida em que não terá custos logísticos acrescidos.
Se está “obrigado” a substituir um veículo ou adquirir um novo veículo, pondere seriamente a opção de renting de um veículo usado até porque esta é uma forma de as gestoras de frota escoarem parte do seu stock de veículos em fim de contrato fazendo com que também tenham interesse em aderir a uma solução neste formato, logo, estejam mais abertas a praticar preços competitivos.
Dos estudos que efectuámos, representamos graficamente, em anexo, as poupanças médias por via da contratação de renting de um veículo usado comparativamente a:
- Aluguer via rent-a-car (curta e longa duração)
- Renting de veículos novos com prazos de aluguer compreendidos entre 12 e 48 meses
Verifica-se que, quanto menor o prazo contratual, maior será a vantagem de recorrer ao renting de um veículo usado.
Assim, se está “obrigado” a recorrer a um contrato de curta duração, o renting de veículos usados apresenta-se como uma solução extremamente aliciante mas se, por outro lado, não tem qualquer restrição de prazo, então a vantagem de recorrer ao renting de um veículo usado comparativamente ao renting de um veículo novo a 48 meses dilui-se, fazendo com que não seja tão aliciante recorrer ao renting de um veículo usado.
https://fleetmagazine.pt/2020/05/04/renting-leaseplan-flexiplan/
Em resumo, podem-se apresentar as seguintes vantagens no renting de usados:
- Maior flexibilidade por via do menor período contratual
- Custo reduzido
- Veículo disponível para entrega “imediata”
- Menor tributação (autónoma e I.V.A.) devido ao menor custo do veículo
- Prémio e franquia de seguro menores devido ao menor valor venal do veículo
- Eventuais menores custos com recondicionamentos no caso dos operadores que desvalorizam os danos em função da idade do veículo
- Mobilidade idêntica à de um veículo novo na medida em que os serviços disponíveis são exactamente os mesmos comparativamente ao aluguer de um veículo novo
- Boa oportunidade de negócio para ambas as partes (locador e locatário)
Como desvantagens do renting de usados temos:
- Maior probabilidade de imobilização do veículo devido à sua maior idade e quilometragem
- Possível insatisfação dos colaboradores uma vez que preferem um veículo novo a um usado.
- Todavia, o renting de um usado até pode ser uma vantagem na medida em que é uma solução que permite reduzir custos evitando ter de se reduzir frota ou pode permitir, por exemplo, aceder a um veículo melhor pelo mesmo custo mensal de um novo
Caso considere esta solução interessante assegure, contudo, que os veículos usados que lhe são propostos para aluguer reúnem condições mínimas, nomeadamente, quilometragens até um máximo próximo de 100.000 kms e conservação da carroçaria em estado aceitável para não incorrer no risco de alugar um veículo cuja probabilidade de imobilização seja muito elevada e cuja imagem exterior não seja condizente com os padrões da sua organização.
Espero que, com esta análise, o tenha ajudado a tornar a gestão da sua frota ainda mais eficiente e fácil.