O financiamento leasing e renting em Portugal contraiu nos primeiros noves meses do ano, seguindo o comportamento da economia portuguesa, que atravessa atualmente um período de incertezas devido às restrições à atividade em alguns sectores e às medidas impostas pelo Governo em resultado da pandemia do novo Coronavírus (COVID-19).

A Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF) apresentou recentemente os dados acumulados para o terceiro trimestre de 2020 e revela que, durante os primeiros nove meses do ano, a atividade renting apresentou uma quebra de 23,2% no número de viaturas adquiridas (total de 19.699 ligeiros novos – 15.949 de passageiros e 3.750 comerciais) e na produção, que embora tenha sido alvo de um investimento total de cerca de 400 milhões de euros, registou uma quebra de 22,6% face ao período homólogo.

No que respeita às frotas geridas pelas empresas de renting, o fecho do terceiro trimestre apresentou uma ligeira redução de 0,2% (total de 119.122 viaturas novas – 93.524 ligeiros de passageiros e 25.598 comerciais ligeiros). Neste sector foram investidos 1,9 mil milhões de euros, o que se traduz num crescimento de 2,2% relativamente a 2019.

https://fleetmagazine.pt/2020/02/21/leasing-ou-renting/

Já o volume de investimento feito em leasing atingiu mais de 1,6 mil milhões de euros. Número que, ainda assim, representa menos 26,5% do que entre janeiro e setembro de 2019 (na altura, alcançou-se os 2,3 mil milhões de euros em investimentos).

Relativamente à locação financeira mobiliária, houve até final de setembro um investimento de perto de 1,2 mil milhões de euros, embora este tenha sido 29,5% menor do que em período homólogo. Desse total, foram investidos 572 milhões de euros em viaturas ligeiras (21.663 unidades).

De acordo com Alexandre Santos, presidente da ALF, estes resultados revelam uma retração dos sectores de Leasing e Renting derivados da contração da atividade económica nacional e internacional.

“Estamos num momento frágil da recuperação e qualquer previsão nesta fase será muito incerta, embora já iniciado o curso de alguma relativa normalização. A evolução do sector do financiamento especializado não é alheia à resiliência que as empresas têm demonstrado e tem contribuído e colaborado para continuar a disponibilizar os seus serviços sem interrupções de funcionamento”, acrescenta, dizendo ainda que as associadas continuarão a exercer “um papel fundamental” no processo de recuperação das empresas nacionais.