No terceiro trimestre de 2024 havia mais de 136 mil viaturas em renting a circular nas estradas nacionais, o que representa um aumento de 3,2% relativamente ao período homólogo de 2023.
Números agora avançados pela Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF), mostram que o renting registou um crescimento de 14,4% no período analisado. A associação diz mesmo que os primeiros nove meses do ano ficam marcados por ganhos expressivos do renting (e também do leasing).
Até 30 de setembro de 2024 foram colocados em circulação mais de 28 mil ligeiros adquiridos por este modelo de aquisição, num valor total de 862,3 milhões de euros, o que equivale a um crescimento acima dos 24%, adianta a ALF.
Em entrevista à FLEET MAGAZINE, Luis Augusto, presidente da ALF, diz acreditar que 2025 será um ano de crescimento e perspetiva as 140 mil viaturas a circular em Portugal já este ano, especialmente se for mantido o ritmo observado nos últimos anos.
“Este desempenho positivo reflete não só a crescente adesão a soluções de mobilidade sustentável, como também a flexibilidade e as vantagens que o renting oferece a empresas e particulares”, acrescenta.
Ainda assim, o responsável pela associação mantém a cautela, adiantando que existem alguns riscos no horizonte, como é o caso das questões geoestratégicas, que assumem um papel relevante nas cadeias de abastecimento, ao qual acrescem algumas preocupações nos produtores automóveis europeus.
Renting e Leasing: motores da transição energética das empresas
Renting é fundamental na descarbonização automóvel
“O renting desempenha um papel fundamental na descarbonização automóvel e na transição para uma mobilidade mais sustentável”, refere Luis Augusto. Além de permitir uma renovação mais rápida do parque automóvel, permitindo a introdução de veículo mais modernos, eficientes e ambientalmente responsáveis, “tem vindo a assumir um papel determinante na eletrificação das frotas”, adianta o responsável.
Ao integrar soluções flexíveis e inovadoras, o renting facilita o acesso a tecnologias de ponta e reduz as barreiras de entrada a modelos de baixas (ou zero) emissões, diz.
“O facto do ónus da desvalorização da viatura ficar com a empresa de renting contribui bastante para esta redução das barreiras de entrada e do receio com a obsolescência tecnológica e com outros fatores como a durabilidade das baterias elétricas do carro”, acrescenta ainda Luis Augusto.
É por estes motivos que o renting contribui para a redução das emissões poluentes e, simultaneamente, apoia a criação de um ecossistema de mobilidade sustentável, alinhado com os objetivos de neutralidade carbónica, conclui.
Já o leasing mobiliário também segue uma tendência de crescimento, tendo registado uma evolução positiva de 16,5% relativamente ao Q3 de 2023 – o valor de financiamento de ligeiros, pesados e equipamentos foi superior a 1,6 mil milhões de euros, sendo que apenas as viaturas ligeiras e pesadas representam 72% do leasing mobiliário, com 1,2 mil milhões de euros.
Os resultados destes modelos de aquisição automóvel refletem a capacidade de adaptação e inovação dos sectores que a associação representa.
“O crescimento expressivo do leasing e do renting demonstra a crescente adesão a soluções sustentáveis impulsionadas pela transição energética”, acrescenta o responsável, que destaca ainda a procura por modelos de financiamento mais flexíveis e eficientes como outra das razões para este destacado crescimento.