marcelooliveiraO mercado tem exigido novas práticas de gestão por parte das empresas de transporte. Lentamente, velhos paradigmas de gestão artesanais têm sido mudados. A formação na área comportamental tem-se assumido como uma ferramenta estratégica de excelência para a sua alavancagem.

Desafios
No nosso ramo, as principais dificuldades para a realização de ações de formação da área comportamental consistem no fato de os motoristas acharem que estas ações não irão acrescentar valor para si próprios, e que parte dos empresários, felizmente um número cada vez mais reduzido, acharem que a formação não é mais que um custo.

Fatores críticos de sucesso

A formação, como fator estratégico de uma organização, será potencializada se estiver inserida no planeamento estratégico da organização, devendo fazer parte das ferramentas para a conquista de metas definidas.

Fazer com que toda a hierarquia, sem exceção, participe em ações de formação da área comportamental, favorece o estabelecimento de um “clima” organizacional mais favorável.


Os trabalhadores nas empresas precisam de desaprender para reaprender novos procedimentos, desde o motorista ao CEO. A empresa deve ser entendida como um organismo vivo, que escolhe onde e como quer chegar.


Incorporando conceitos como o da flexibilidade, polivalência, win-win, facilitam-se relações mais prazerosas de trabalho com repercussão direta ao nível da motivação e cooperação, sendo a formação um instrumento de grande importância para se adquirir competências, conhecimentos, habilidades e mudança de atitudes.

O que fazer?

Mesmo com formação, mudar atitudes e comportamentos nem sempre é fácil. Assim, e como comportamento gera comportamento, que tal, numa primeira fase, tentar mudar o comportamento de alguns profissionais-chave da sua empresa? Para começar, a mudança passa por si.


Já se lembrou, por exemplo, de premiar os motoristas que se destacaram? Mas se o fizer, faça-o sempre baseado numa fórmula transparente, mensurável e perfeitamente entendível por todos. Pode promover o modelo Motorista do Mês, premiando-o perante os colegas.


Pode criar um kit de boas vindas para os novos motoristas, onde se explique as regras da empresa, os seus direitos e deveres, como agir em caso de conflito (princípios básicos da Gestão de Conflitos), por exemplo. Será um instrumento simples de executar, e uma forma de dizer: “Agora faz parte da equipa e contamos consigo. Vamos trabalhar?”.


Seja credível. Especialmente junto dos motoristas de pesados, é comum existirem colegas Gestores de Frota que não têm carta de pesados. Como poderá um Gestor de Frota argumentar junto de um motorista que a sua condução não é a mais adequada, se este nem tão pouco tem habilitação legal para conduzir veículos pesados?

Ouça os seus motoristas e construa a partir daí. Melhor que os inquéritos, o primeiro ponto de informação sobre a satisfação dos clientes são os motoristas.

Numa segunda fase, procure profissionais experientes na área comportamental, que possam ajudar a por em prática os conceitos de equipa, polivalência, flexibilidade, apoio, cooperação, etc. conduzindo à prossecução da missão da sua empresa.

Conclusão

Não é possível ter empresas de excelência com pessoal impreparado, mal treinado e sem competências operacionais e relacionais/emocionais desenvolvidas, sendo que são inúmeras as variáveis que poderão influenciar os resultados das ações de formação, sendo a mais importante o ambiente organizacional.


E lembre-se que não pode pedir ao seu pessoal qualidades que estes não têm.


E pense:


“Só as estátuas é que não mudam e nós sabemos o que os pombos lhes fazem”

Por: Marcelo Oliveira, gestor de frota
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