Quando a eletrificação total não é possível de aplicar, um híbrido plug-in pode ser uma solução a considerar. Quando de todo não está em causa avançar para a eletrificação, o mercado ainda fornece ótimas propostas familiares com motor a gasóleo

A gama Leon está a comemorar 25 anos desde o lançamento do primeiro modelo com esta designação. Se a sua notoriedade deve muito ao palmarés desportivo das primeiras gesrações, a sua presença nas estradas portuguesas é certamente responsabilidade de bastantes empresas. Principalmente na variante carrinha, cujo TCO sempre se mostrou muito competitivo dentro do primeiro escalão de Tributação Autónoma, fosse com as motorizações a gasóleo e, mais recentemente, também com a mecânica híbrida plug-in.

Em 2024, a SEAT Leon Sportstourer (ST) conseguiu ser a segunda carrinha mais registada em Portugal e, com quase metade dessas matrículas, ficou também na segunda posição no raking das carrinhas com motor diesel e na tabela das carrinhas com motor PHEV (ver página 14). Juntas, estas duas motorizações valeram mais de 90% dos registos alcançados pela Leon ST em 2024.

Uma das razões do sucesso da versão carrinha em particular e da boa adesão de muitas empresas reside no preço: nas duas formas de motorização, em 2024 foram praticados preços dentro do primeiro escalão da Tributação Autónoma, preço sem IVA incluído no caso da ST híbrida plug-in, para um modelo que, na sua forma e conteúdo, tem invariavelmente boa aceitação por parte dos utilizadores.

Apesar de contar agora a “concorrência” da CUPRA, a SEAT Leon ST tem também ela um design moderno e desportivo, se bem que mais discreto, ao qual alia o lado prático e versátil de uma carrinha.

Se “carrinha” é sinónimo de espaço, então a motorização diesel não desilude; já a versão PHEV perde apenas na capacidade da bagageira, recuando de uns impressionantes 620 litros da TDI para uns menos impactantes 470 litros com os bancos traseiros disponíveis. Esta perda de capacidade de mala deve-se à presença da bateria de tração, que ocupa parte do piso do compartimento de carga.

No restante espaço interior compartilham uma excelente habitabilidade e uma elevada e reconhecida qualidade de construção. No que toca a conforto, talvez derivado do peso, da afinação da suspensão e do perfil de pneu mais reduzido, na Leon ST PHEV as irregularidades do piso são mais sentidas. Bem equipadas, bem insonorizadas e com a mesma (boa) posição de condução, salvo na informação disponibilizada ao condutor e no que diz respeito à componente da eletrificação, ambas partilham da mesma agilidade e eficiência.

Fiscalidade

Nesta matéria, a vantagem atualmente vai toda para a SEAT Leon PHEV: 2,5% de Tributação Autónoma sobre os encargos em 2025 (incluindo a depreciação em caso de leasing ou aquisição direta) e dedução do IVA do custo de aquisição, são as razões principais.

Quanto ao IVA dos carregamentos elétricos, apenas na parte que corresponde ao uso da viatura para fins profissionais.

Como há em Portugal empresas cuja faturação não está sujeita a IVA e a dedução deste imposto não é por isso possível, as contas podem ficar mais equilibradas para o lado da SEAT Leon TDI. Para as empresas em que o IVA faz parte do custo ou para empresas onde a eletrificação ainda não é prática ou não é possível, os encargos com a versão diesel vão estar sujeitos a 8% de Tributação Autónoma em 2025.

As empresas que faturarem o IVA vão também poder deduzir 50% do imposto pago pelo gasóleo.

Eficiência e autonomia elétrica

Após várias centenas de quilómetros de estrada, o computador de bordo da SEAT Leon TDI assinalava uma média final inferior a 5 litros. Isto permite-lhe dispor de uma elevada autonomia, tornando-a ideal para viagens mais longas, sem necessidade de abastecimento.

O facto de esta versão de motor contar com 115 cv e caixa de velocidades manual não foi impedimento para que se mostrasse despachada. Embora se predisponha mais para um andamento mais tranquilo e mesmo familiar.

Sobre a Leon híbrida plug-in três notas importantes: a sua maior potência e uma transmissão automática permitem naturalmente uma condução mais dinâmica, segunda, a nova solução híbrida plug-in do grupo inclui uma bateria com mais capacidade que confere mais de 100 km de autonomia 100% elétrica (suficiente para a maioria das deslocações pendulares dos utilizadores) e, por fim, esta nova bateria aceita carregamento rápido até 40 kW; ou seja, possui tomada CCS, sendo que a curva de carregamento consegue manter-se estável até pelo menos 80 ou 85% da capacidade bateria. Carregamento em AC até 11 kW.

Impressões

Com uma ou outra motorização, a SEAT Leon Sportstourer é excelente escolha entre o conjunto de carrinhas deste segmento. Mesmo perante a concorrência do próprio grupo Volkswagen, modelos com os quais partilha plataforma, motores e muita da tecnologia que tem instalada.

O design da carrinha mantém a estética dinâmica do Leon, tornando-a eventualmente visualmente mais atraente e equilibrado.

Após umas centenas de quilómetros de ensaio às duas versões, são manifestamente exageradas as notícias da morte da SEAT e deste sub-segmento. Aliás, no último caso – e apesar de todo o entusiasmo que hoje existe em redor dos SUV –, a melhor eficiência é conseguida com menos peso e mais aerodinâmica, dois factores onde o formato carrinha leva vantagem.

Continuam por isso a ter um papel importante na mobilidade das empresas, principalmente junto dos clientes que procuram combinar os melhores valores de sustentabilidade com uma opção mais familiar e mais económica.

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