Os líderes da ACEA – Associação Europeia dos Construtores Automóveis juntaram-se num pedido aos legisladores europeus e governos nacionais no sentido de apoiarem o sector automóvel, que continua a lidar com a queda provocada pela pandemia do novo Coronavírus (COVID-19).

Michael Manley, presidente da ACEA e CEO do grupo FCA, é claro ao dizer que a COVID-19 é o maior desafio que a indústria automóvel enfrentou até hoje. Numa altura em que se assistem a mudanças de paradigma tecnológico fundamentais, a crise tem vindo a pressionar a indústria automóvel europeia, bem como a perspetiva de um Brexit sem acordo. Para Manley, é necessário encontrar formas de ultrapassar esta crise sem prejudicar empregos e investimentos e, ao mesmo tempo, de manter o foco nos desafios climáticos.

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A Comissão Europeia apresentou recentemente o 2030 Climate Plan, que irá requerer investimentos massivos por parte da indústria automóvel num período tão complicado como aquele que a Europa atravessa, diz Manley, que reforça a ideia de que os investimentos levados a cabo pelo sector nunca serão suficientes. “Se queremos uma mobilidade zero-emissões para todos os cidadãos, precisamos de uma vasta rede de pontos de carregamento em toda a União Europeia, além de incentivos economicamente sustentáveis”, diz.

A ACEA pede assim que os planos de recuperação dos diferentes estados-membros sejam canalizados para estas áreas, estimulando assim a procura por veículos movidos a energias alternativas. Tais medidas contribuirão para a recuperação económica europeia, bem como para o cumprimento das suas metas ambientais.

Já Henrik Henriksson, CEO da Scania e presidente do Conselho de Veículos Comerciais da ACEA, destaca que a indústria está comprometida com uma frota de transportes rodoviários neutra em carbono até 2050. Este compromisso levará a uma mudança na indústria dos veículos comerciais. “Estamos preparados para liderar este processo de transformação”, acrescenta.

A crise provocada pelo Coronavírus abalou a indústria automóvel europeia, que regista já, desde o início da pandemia, uma redução na produção de cerca de quatro milhões de veículos motores (cerca de 122 mil milhões de euros). Os registos de todos os tipos de veículos também caíram nos primeiros três trimestres do ano, tendo já sido estimadas quedas na ordem dos 25% para este ano.