Com 255 automóveis para gerir (em Julho de 2010, data do original deste artigo), a Securitas opta por adquirir directamente os seus carros de administração mas faz renting para os operacionais
Poucas empresas se darão ao luxo de comprar 45 carros administrativos em vez de os contratar a uma gestora. Mas a Securitas avançou por esse caminho. “Não vejo vantagem em fazer contratos de renting para esses carros. Nós não temos problemas financeiros, já que pertencemos a um grupo internacional que o garante”, explica Bjorn Castegren, director financeiro da Securitas, e que é responsável pela gestão de frota da empresa de segurança.
Há quase quatro anos que a Securitas está com este sistema. “As gestoras são profissionais e nós não”, explica o responsável pela frota. “Nunca poderíamos ser nós a tratar dessa área porque temos recursos administrativos limitados. Além disso, é uma área que não faz parte do nosso core business”.
Quanto aos 210 veículos operacionais, recorre-se a renting, com a Leaseplan. Os contratos são apenas de dois anos, trocando-se o veículo ao fim deste tempo, por vontade da Securitas. Nestes contratos, os serviços assegurados são a manutenção, os pneus e os seguros.
O tipo de utilização justifica as opções tomadas. Os veículos de operação são aqueles que são utilizados nos trabalhos de vigilância, sendo ela feita em rotas com vários pontos de paragem ou em rotas combinadas, para os clientes a tempo inteiro. Estes veículos são conduzidos por vários empregados, conforme os turnos. Trata-se de carros com alto nível de desgaste, precisando por isso de um acompanhamento mais profissional.
Já as unidades administrativas são conduzidas apenas por um condutor, sendo que ele tem opção de compra no final do contrato. Os carros administrativos ficam na Securitas durante quatro anos. “Este sistema funciona como incentivo a que os condutores tratem bem dos veículos que têm nas mãos. No final, estes vão ser sua propriedade”. Tanto é assim, que a Securitas espera até que todos os carros sejam escoados para os empregados das empresas. E, por isso, a desvalorização como usados não existe. O valor residual também não é uma questão. Mesmo na assistência, há uma responsabilização quase directa. São as filiais que assumem os custos locais e, dentro destes, os da frota. A despesa é assumida centralmente, mas a gestão de todo o processo é feita pela central, incluindo a escolha dos fornecedores de pneus e serviços mecânicos.
A Securitas faz parte de um grupo internacional – o Grupo Securitas AB – que actua em 30 países de três continentes. Mas não existe qualquer relação entre este envolvimento e a política de frotas da delegação nacional. “Seguimos apenas as regras gerais que a Securitas têm qualquer mercado, de conduta da marca e dos seus funcionários”. A única coisa imposta é um limite de emissões médio para cada veículo. “Neste momento, o limite para os ligeiros é entre os 160 e os 180 gCO2/km”, diz.
O próprio acordo de contratualização dos veículos com a Leaseplan foi feito em Portugal. Um dos critérios utilizados para a escolha dos veículos foi a economia, mas não só o preço de compra. Interessaram também à Securitas os custos operacionais. E além, dos aspectos financeiros, também teve que se jogar com o impacto ambiental desses mesmos veículos e a segurança do condutor.
Apesar da frota da Securitas já não poder ser considerada uma frota pequena, ela tem pouco peso nos custos da empresa. Bjorn Castegren diz que o custo total da frota não deve ultrapassar 1% de tudo o que tem para gerir como director financeiro. Apenas na frota operacional, esse peso aumenta um pouco: aqui pode chegar aos 11%.
A Securitas tem políticas de responsabilização para os seus condutores. A empresa promove a condução defensiva, disponibilizando formação profissional nesta área, como uma forma de evitar sinistros e defender o meio-ambiente. No final, existem também os reflexos económicos, como poupança de combustível. Mesmo a própria revista interna do grupo, que é distribuída a todos os colaboradores, traz conteúdos relacionados com este tema. Na edição de Dezembro do ano passado, vinham duas páginas a explicar no que consiste a eco-condução e com algumas dicas para a promover.
Além destas acções, com os resultados económicos conseguidos, a Securitas ainda toma outras medidas para reduzir os consumos e outros custos operacionais. Uma delas é não construir rotas onde o horário seja escasso para as percorrer. “Não vale a pena estar a desenhar rotas onde o condutor tenha que percorrer os pontos sempre em cima do limite de tempo. Prefiro que faça menos pontos do que obrigá-lo a recorrer a altas velocidades”, explica Bjorn Castegren.