CTT

Os CTT têm em curso um projecto de segurança rodoviária com implicações na gestão da frotas.

O programa nasce a partir da ideia da Carta Europeia da Segurança Rodoviária. Este documento é uma plataforma participativa europeia, a partir da qual os agentes se comprometem a desencadear acções concretas e partilhar boas práticas para resolver problemas de segurança rodoviária.

A gestão de frotas da empresa começou a analisar os custos com mais detalhe. Uma boa parte deles provinha de acidentes; outros indiciavam que era necessário alterar a tipologia da frota. “Mas nem foi este o número que assustou mais”, conta José Guilherme, na altura à frente do projecto.

“Quando comecei a aprofundar os custos com acidentes rodoviários e perguntei aos Recursos Humanos quantas baixas havia por causa disso, fiquei surpreendido”, conta o gestor. “Claro que se tinha que tratar dos carros, mesmo abatê-los, mas isso era chapa”.

E, em 2006, adere ao projecto da Carta Europeia de Segurança Rodoviária, que contempla instituições de vários tipos e onde cada uma delas oferece aquilo que pode.

Uma das partes do projecto estava relacionada com os recursos humanos. Os CTT começaram a fazer formação para os grupos de maior risco, com uma componente prática e outra teórica. “Fala-se de tudo, inclusive de condução defensiva”, explica José Guilherme. As acções destinam-se a condutores de pesados, ligeiros e motas. Aspecto importante é a atenção dada aos “condutores acidentados”, que são aqueles que já tenham estado envolvidos em sinistros. Os CTT ainda estão a trabalhar em “modelo de avaliação de sobreacidentados” que tipo de acção se pode ter sobre esses condutores. “No limite poderá ir parar a outras funções ou pode ser recomendada outro tipo de sensibilização”, diz José Guilherme.

Mesmo na aquisição, as viaturas já são consideradas em função da sua propensão ou não para os acidentes. “Os camiões têm câmara traseira, por exemplo”, diz José Guilherme. “Nos ligeiros, estamos a beneficiar dos avanços dos fabricantes. Tudo o que tem saído a nível de sistemas de segurança, nós temos. Definimos logo à partida o que queremos e tentamos fazer as melhores opções”.

Outro aspecto importante do projecto é a comunicação. A equipa que está a coordenar este assunto passa a mensagem para as reuniões de equipas e escreve todos os meses nos suportes de comunicação institucional dos CTT. Além disso, tem uma campanha, a T+0, onde a letra “T” é para o tempo de entrega e procura fazer o ranking das equipas em termos de segurança rodoviária.

Mas o mais importante será o controle de sinistralidade. “Temos que ter números bem concretos sobre sinistralidade, onde acontece, quem os provoca e com que viaturas acontecem ou a que horas”, conta José Guilherme. “É muito difícil saber isto em tempo útil, porque temos vários tipos e viaturas, também várias gestoras, e são estas últimas que recolhem estes dados. Quando a frota era nossa isso era relativamente simples. Hoje, as fontes de informação são tão vastas que temos um grupo de trabalho que procura dar informação sobre este assunto”.