A SGS pode apoiar o trabalho de gestão de frota em questões práticas e processuais relacionadas com o uso dado a uma viatura de empresa. É um trabalho de aconselhamento que passa pela identificação dos riscos de utilização, com proposta de ações concretas para a sua mitigação.
Em Portugal, a SGS é líder em peritagens de fim de contrato associado a gestoras de frotas, com equipas e processos qualificados para tal, seguindo procedimentos que são transversais à estrutura internacional da empresa e que são aplicados em cerca de 40 países.
A FLEET MAGAZINE pediu a Jorge Lourenço, Product Manager da área de Transportation da SGS Portugal, que ajudasse a identificar alguns riscos inerentes ao uso da viatura por parte do utilizador e de uma empresa, bem como as soluções de apoio à gestão de frota que podem ser implementadas com o objetivo de prevenir o agravamento dos custos e de melhorar a sua eficiência.
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Identificação dos riscos
Os riscos relacionados com uma frota automóvel podem apresentar-se de diversas formas e devido a vários fatores, por exemplo, mecânicos, humanos, entre outros.
Um dos mais frequentes é o atraso nas manutenções programadas. Pode originar problemas graves ao nível do desempenho das viaturas e, consequentemente, reparações mais dispendiosas. Paralelamente, este atraso implica também a perda do seguro de garantia.
O mesmo se aplica à substituição atempada dos pneus, que é um dos principais causadores de acidentes, e que, em alguns casos, pode resultar na perda total da viatura.
Ainda na componente mecânica, não fazer a regeneração do catalisador de forma correta representa também um risco.
Também a simples utilização de ambientadores líquidos, não numa ótica de desempenho e performance da viatura, mas na utilização dos painéis digitais da consola central ou dos autorrádios, devido à possibilidade de derramamento do conteúdo.
Ainda nesta temática do derramamento de líquidos, devido à pandemia de COVID-19, verifica-se a utilização de desinfetantes com uma elevada concentração de álcool e outros aditivos na sua composição na higienização das viaturas.
São produtos com composições que podem reagir com os materiais do veículo, comprometendo o correto funcionamento dos diversos controlos digitais presentes na consola do carro ou no volante, que, em alguns casos, pode obrigar até à sua substituição.
Numa ótica de riscos associados a intervenção humana na utilização das viaturas, é importante ter atenção aos locais onde são estacionadas as viaturas, assegurando o devido distanciamento dos outros carros, para evitar que a abertura de portas não provoque mossas ou danifique a pintura.
Assegurar uma condução defensiva e circular com a devida distância de segurança para diminuir o risco associado à projeção de objetos e pedras, que podem partir o vidro da viatura ou os faróis, e até mesmo causar danos na pintura do capot e no párachoques, é outra das medidas preventivas para diminuir os riscos.
Fumar dentro das viaturas pode também resultar em bancos, estofos, alcatifas, forras das portas e do tejadilho queimados.
https://fleetmagazine.pt/2020/06/25/consultoria-estabelecimento-seguro-anecra-sgs/
Aconselhamento para prevenir e minimizar danos
É muito importante uma avaliação externa que forneça todas as ferramentas necessárias às equipas de gestão de frotas para prevenir ou minimizar os riscos.
Em nossa opinião, a solução principal passa pela formação das equipas de gestão de frotas com base na informação presente nos manuais de reondicionamento das viaturas, para que estas possam formar e informar os utilizadores das viaturas.
O que a SGS propõe
Disponibilizamos um serviço de consultoria, tanto a gestoras de frotas, como a empresas dos mais variados sectores de atividade que possuem frotas próprias.
A formação permite explicar quais os procedimentos previstos nos respetivos manuais de classificação em que estão definidos, quais os danos aceitáveis ou não nas viaturas no final do contrato, e assim formar os utilizadores das viaturas com vista à diminuição dos danos não aceitáveis e, consequentemente, diminuir os encargos no momento da devolução da viatura.
Esta formação pode ainda ser complementada com serviços adicionais que permitam minimizar os custos de recondicionamento no momento de efetuar a devolução das viaturas.
Ações executáveis
Por exemplo, a realização de uma pré-peritagem antes da devolução das viaturas para estimar o custo de reparação relativo aos danos não aceitáveis.
Isto permite às empresas avaliar qual a solução mais vantajosa a nível económico, antes de efetuar a devolução da viatura.
A peritagem de avarias mecânicas possibilita perceber qual o real motivo da avaria. Seja por má utilização, um defeito de fabrico ou má manutenção, entre outras, para, desta forma, atribuir a responsabilidade a quem efetuou a manutenção, à marca ou ao utilizador.
Como se realizam as peritagens da SGS
O serviço de peritagem da SGS é efetuado com recurso a uma solução digital desenvolvida pela própria SGS.
No caso de substituição de frota, a SGS disponibiliza ainda um serviço de verificação de veículos ao nível estético e mecânico, para comercialização e realização de seguros de garantia.
Este serviço permite atestar o estado real do veículo e, através da emissão deste relatório efetuado por uma entidade independente, estão criadas as condições para um processo de negociação mais claro e que, adicionalmente, também irá ajudar na realização de seguros de garantia.
Esta avaliação pode ser realizada em duas modalidades distintas: de acordo com os requisitos da própria empresa ou através da criação de uma “check list” de verificação com 150 ou 200 pontos de avaliação, que permitem determinar o estado real da viatura e o seu valor de mercado.
No caso da realização de seguros de garantia, esta declaração permite aumentar a margem negocial com as empresas de seguros de garantia.
Riscos com viaturas plug-in e elétricas
A transição implica diversas adaptções e devem ser considerados alguns fatores: custo de aquisição e manutenção das viaturas, necessidade de autonomia na frota, a implementação obrigatória de postos de carregamento nas suas instalações e respetivos custos associados, entre outros.
As próprias marcas de carros estão a adaptar-se e há uma clara aposta na produção de veículos mais económicos e com maior autonomia; consequentemente, haverá também a implementação de mais postos de carregamento, que, neste momento, são ainda em pouca quantidade e quase inexistentes em determinadas zonas do país.
Cremos que nos próximos cinco anos, estarão disponíveis no mercado soluções mais económicas e com maior autonomia, e, face a este cenário, acreditamos que, atualmente, é mais vantajoso para a maioria das empresas possuir frotas mistas para adequar a tipologia de viaturas às necessidades da própria empresa.
Por exemplo, faz sentido que haja uma aposta em viaturas plug-in ou elétricas no caso de serem viaturas com pouca utilização ou para viagens com distâncias curtas.
No caso de viaturas que fazem percursos longos, como é o caso das viaturas utilizadas pelas equipas comerciais, é necessário salvaguardar diversas questões como a autonomia e a existência de pontos de carregamento disponíveis, e, por esse motivo, talvez seja melhor manter as frotas a gasolina e diesel.
A existência de frotas 100% plug-in ou elétricas fará parte do futuro das frotas e cremos que esta fase de transição permitirá aos utilizadores adquirir conhecimentos relativamente a esta tipologia de veículo.
Política de frota
A SGS pode apoiar as empresas na criação de um manual de gestão de frotas que detalha o procedimento de utilização de todas as viaturas, desde o momento em que é atribuída ao colaborador até ao momento da devolução, sejam frotas próprias ou geridas em renting.
Este apoio pode também incluir o desenvolvimento de um guia de boas práticas para colocar em exercício as medidas previstas no manual.
https://fleetmagazine.pt/2020/05/14/sgs-lanca-sgs-disinfection-monitored-cleaning-checked/
Uso de telemetria vs. RGPD
A proteção de dados pessoais pode ficar prevista e detalhada no manual de gestão de frotas anteriormente mencionado, a que todos os colaboradores terão acesso quando lhes é atribuída uma viatura da empresa.
Nesse mesmo manual, o colaborador é informado relativamente ao âmbito de utilização da respetiva viatura, se é apenas a nível profissional ou total, e à existência ou não do sistema de telemetria para monitorizar a utilização da mesma.
Pode ainda ficar previsto no manual, que ao receber a viatura, e respetivo manual de gestão de frotas, o colaborador toma conhecimento e autoriza a empresa a utilizar os dados recolhidos pelo serviço de telemetria.