No passado mês de setembro, a LeasePlan apresentou a terceira edição do seu estudo Car Policy Benchmark, que contou com a participação de quase 400 empresas com um parque automóvel, no total, de quase 25 mil veículos.

Depois de 2016 e 2019, voltámos a consultar a nossa base de clientes com o objetivo de identificar e partilhar as tendências e práticas atuais no mercado empresarial, quer de forma agregada, quer numa perspetiva sectorial, para assim podermos fornecer aos gestores de frota e decisores empresariais um instrumento de trabalho para análise e definição do posicionamento das suas políticas face ao mercado em geral bem como face às empresas do sector no qual operam.

Medimos o nível de abrangência das políticas de frota com base em fatores como a existência de critérios claros de elegibilidade para atribuição de veículo de empresa, de critérios para a seleção da tipologia de veículos, na standardização das configurações contratuais, na existência de normas de utilização e, finalmente, na existência de regras para delimitação das responsabilidades assumidas pela empresa das assumidas pelo colaborador.

Mantém-se a tendência desde 2016, no sentido de as empresas terem políticas de frota cada vez mais estruturadas. As empresas de maior dimensão apresentam índices mais elevados mas as PME destacam-se por apresentarem um crescimento assinalável face a 2019.

LeasePlan Portugal eleita “Gestora de Frota do Ano” nos Prémios Fleet Magazine 2022

Nesta edição, introduzimos também uma inovação: avaliámos o grau de preparação das empresas para a transição para a mobilidade elétrica. Identificámos em que fase da transição se encontram, se já avaliaram veículos elegíveis para substituiçao por veículos eletrificados, qualificámos as necessidades de adaptação da organização e impactos nos colaboradores e, finalmente, se já terá sido feito algum tipo de análise custo/benefício da transição.

Designámos de Índice de Eletrificação das Frotas ao resultado desta análise e quantificámos o mesmo em 40%, o que significa que uma parte desse processo já foi ou está a ser percorrida pelo nosso sector empresarial, mas que ainda existe uma margem de progresso significativa, em especial nos âmbitos relativos ao impacto nos colaboradores, definição de critérios de elegibilidade de veículos e adaptações estruturais a introduzir nas empresas.

Apesar deste progresso ao nível das políticas de frota e da preparação para a mobilidade elétrica, os gestores de frota debatem-se atualmente com grandes desafios na sequência do agravar dos contextos político e económico desde março de 2020.

A guerra na Ucrânia desde o início de 2021 que se seguiu à pandemia, interromperam, de forma abrupta, uma trajetória ascendente que se vivia de uma forma geral no mercado automóvel. Desde há vários meses que se alongam os prazos de entrega de veículos novos por insuficiência da oferta, no aumento dos tempos de imobilização por falta de peças e, de forma mais impactante, na escalada dos preços de venda dos veículos e taxas de juro de mercado, que conduziram a um aumento significativo dos valores de aluguer mensais.

Esta disrupção assume proporções ainda mais relevantes pelo facto de ocorrer no período em que o poder político europeu reafirma o seu compromisso com a redução de emissões poluentes por parte da indústria automóvel e esta se vê obrigada a não produzir nem mais um veículo a combustão a partir de 2035 – daqui a pouco mais de 10 anos – com todos os impactos que isso representa na necessidade de adaptação das políticas de frota das empresas.

Hoje, como sempre, deverá ser o desígnio das empresas gestoras de frota que se posicionam como verdadeiros parceiros dos seus clientes, ajudá-los a adaptar as suas políticas e explorar soluções alternativas decorrentes das novas circunstâncias. Tem sido esta a abordagem da LeasePlan desde que há 29 anos iniciou as suas operações em Portugal e, acreditamos, que com sucesso. Alguns caminhos alternativos poderão ter uma natureza mais tática, para fazer face a fenómenos de curto prazo. Complementarmente, da avaliação dos vários cenários, poderão resultar outras opções de âmbito mais estruturante que até hoje não seriam sequer equacionáveis.

As grandes crises trazem sempre riscos e custos colaterais mas, numa perspetiva de gestão, são estas que nos fazem questionar modelos e criam o contexto e disponibilidade necessários para explorar novas oportunidades.