Se houve um conceito comum no Fleet Europe Forum esse foi o de subscrição.

Frank Leveque, da Frost & Sullivan foi logo o primeiro a explicar que oportunidades existem para o sector automóvel dentro dos modelos de subscrição. “Estamos a prever que se passe do TCO para o TCM (total cost of mobility)”, disse o líder da unidade de mobilidade da consultora.

E neste novo modelo, é preciso considerar as subscrições de viaturas, como o caso da Canvas, que ocupam um espaço por preencher entre dois modelos de aquisição das viaturas bem conhecidos. “Existe um gap entre o rent-a-car e o leasing, que dê a flexibilidade mês a mês que o condutor precisa”, disse Leveque.

Com um modelo de subscrição, como acontece no mundo do entretenimento com o Spotify ou a Netflix, os consumidores pagam de acordo com a sua necessidade ou quilómetros percorridos. Vantagens deste modelo são uma janela com períodos mais flexível, opção para troca de carro, acrescento de serviços frequente, obrigações contratuais quase nulas e flexibilidade na quilometragem.

Esta foi apenas uma das transformações apontadas. Outras foram:

– entrada direta dos construtores na indústria de financiamento

– aumento dos clientes de private lease

– locação de viaturas em segunda mão

– car-sharing

– locação financeira e operacional para PME

– soluções de locação sofisticadas

– e-hailing e táxis como substituição das frotas de empresas

– aumento da experiência do utilizador através da digitalização

Os próprios operadores já estão atentos a esta tendência. Espera-se que, em 2025, 47% da faturação global do negócio automóvel. Os serviços de mobilidade vão estar a par dos serviços de reparação e manutenção, como uma das maiores fontes de rendimento da indústria, bem acima dos serviços financeiros e ligados a infotainment.

“O modelo atual de negócio para o sector automóvel é um modelo de upstream, mas é preciso repensar o modelo e encontrar valor ao longo do ciclo de vida da viatura”, disse.

Mesmo John Saffret, COO da ALD Automotive, admitiu que se vai passar de car-as-a service para mobility-as-a-service (embora o carro continue como um dos pilares da mobilidade).

O caminho vai ser longo avisou, porque os desafios ainda são muitos. “A mobilidade como serviço é uma viagem, não é uma mudança radical”, disse. De qualquer forma, e dentro da gestora, os passos estão bem marcados. O Mobility Card primeiro, que permite pagamento para alguns serviços de mobilidade. E depois o ALD Choice, no qual o utilizador escolhe o que pretende utilizar dentro de um determinado budget, incluindo viaturas e aluguer de scooter, bem como mudar de carro. E, recentemente, a app onde se podem marcar os serviços pretendidos, bem como ter informação em tempo real e otimizações de rotas.