Furgão médio, furgão compacto ou derivado de 2 lugares?
Que comercial escolher atendendo a que, por causa do ISV, o preço de venda faz com que os primeiros sejam encarados como uma alternativa ao último, apesar dos consumos e da falta de conforto dos furgões.
Mas será que compensa?
A Fleet Magazine publicou na sua edição de Junho de 2017 uma análise aos custos de utilização destas 3 tipologias de veículos, escolhendo alguns dos modelos mais representativos do mercado nacional.
O objetivo foi tentar perceber (e quantificar) em que medida os furgões médios e compactos representam uma economia de custo face aos derivados de turismo do segmento B.
Foram escolhidos:
Derivados de Turismo – Opel Corsa Van 1.3 CDTi 95 cv, Renault Clio Societe 1.5 dCi 75 cv e Toyota Yaris Bizz 1.4D 90 cv
Furgões Compactos – Citroën Nemo 1.3 HDi 80 cv, Fiat Fiorino 1.3 Multijet 80 cv e Renault Kangoo Compact 1.5 dCi 75 cv
Furgões Médios – Opel Combo Van L1H1 STD 1.3 CDTi 90 cv, Peugeot Partner 1.6 BlueHDi 75 cv e Renault Kangoo 1.5 dCi 75 cv
No estudo TCO DataExpertise elaborado pela TIPS 4Y foram identificados o custo de cada um dos diversos parâmetros, percebendo-se desse modo quais os fatores de competitividade de cada uma das tipologias.
A análise decorre por um período de 4 anos/120 mil quilómetros.
Que comercial tem custos de utilização mais baixos?
A oferta de furgões compactos é bastante restrita: apenas quatro modelos, sendo que três deles (Fiat Fiorino, Citroen Nemo e Peugeot Bipper) partilham mecânica e parte da carroçaria.
Mas é um furgão compacto aquele que apresenta custos de utilização mais reduzidos.
Isto talvez explique, em parte, porque passaram a fazer parte da frota de algumas empresas, em vez dos derivados de Turismo, mesmo quando a sua maior capacidade de carga não o justifica.
Outras razões são explicadas na parte final deste texto.
Assim, o Citroen Nemo é, de entre os nove analisados, aquele que apresenta custos de utilização mais baixos.
Tal acontece porque tem um preço de aquisição menor (pouco menos de 13 mil euros sem IVA), além de custos de manutenção e de pneus mais reduzidos do que qualquer dos furgões em causa.
Pelo contrário, a componente preço, aliada a um valor residual baixo e custos de manutenção, pneus e combustível superiores, fazem com que o Opel Combo furgão apresente um TCO mais alto.
Pode conhecer todos os detalhes dos custos de utilização destes modelos na edição de junho da Fleet Magazine.
Vantagens comerciais dos furgões
As vantagens para as empresas pela utilização de versões comerciais são:
- Dedução do IVA das aquisições
- Isenção de Tributação Autónoma
- Dedução de 50% do IVA pago nos abastecimentos de gasóleo
Desvantagens dos derivados de Turismo:
A partir de julho de 2012 os automóveis de 2 lugares derivados de carros de turismo passaram a pagar a totalidade do ISV, o que veio agravar o seu preço final.
Considerados ligeiros de utilização mista e de mercadorias, não são tributados pela taxas reduzidas nem pela taxa intermédia de ISV, por terem caixa de carga inferior a 120 cm.
Estes automóveis acabam mesmo por ter um preço de aquisição mais elevado do que as correspondentes versões de passageiros, uma vez que o cálculo do imposto tem apenas em conta a cilindrada (Tabela B), sem a atenuante da componente ambiental.
O IUC, Imposto Único de Circulação, é também mais elevado nos derivados de Turismo, chegando a ser seis vezes maior do que o de um furgão equipado com o mesmo motor.
Apesar das vantagens e desvantagens explicadas, há casos em que o regresso aos derivados de turismo está a acontecer, seja devido à falta de conforto (mais percetível em autoestrada e percursos mais longos) ou aos gastos mais elevado de combustível.
Este TCO DataExpertise elaborado pela TIPS 4Y evidencia claramente este último aspeto.
Mais pesados em alguns casos e com uma aerodinâmica que não colabora, os furgões revelam têm consumos (e emissões) significativamente mais altos.
De facto, a comparação direta entre as versões de 2 lugares derivadas de turismo e os furgões médios, permite descobrir custos de utilização bastante aproximados.
Mas numa contabilidade de custos “pura e dura” a vantagem dos furgões compactos acaba por ser evidente.