No início da semana, alguns fabricantes automóveis japoneses eram notícia, e não pelas razões de robustez mecânica, qualidade de construção e fiabilidade a que habituaram o mercado. Vários órgãos de comunicação social davam conta de que a Toyota e quatro outros fabricantes (Honda, Suzuki, Mazda e Yamaha) tinham manipulado os testes de certificação de alguns dos seus modelos no Japão.

A Toyota admitia, a 3 de junho de 2024, que pelo menos sete dos seus modelos produzidos desde 2014 (incluindo modelos descontinuados) foram testados de forma irregular. E essa admissão foi feita pelo próprio Akio Toyoda, presidente da gigante automóvel: “Produzimos e vendemos em massa veículos que não passaram pelos devidos processos de certificação”.

Na origem desta admissão estava uma ordem dada pelo Ministério dos Transportes japonês à Toyota a 26 de janeiro, que obrigava a marca a verificar as certificações dos seus modelos. A Toyota naturalmente acedeu ao pedido e chegou à conclusão de que tinha havido irregularidades no processo de certificação de qualquer coisa como 1,7 milhões de veículos.

Pouco tempo depois, as autoridades japonesas faziam buscas à sede da Toyota, noticiava a Reuters.

A Toyota decidiu, entretanto, suspender o fornecimento e vendas de três dos seus modelos produzidos naquele país (o Corolla Fielder, o Corolla Axio e o Yaris Cross), com efeitos imediatos.

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O Toyota Yaris Cross é vendido em Portugal… e agora?

Um dos modelos da Toyota sob investigação é o Yaris Cross, o best-seller da marca japonesa na Europa.

“O Yaris Cross europeu é diferente do Yaris Cross do mercado japonês e esta questão está circunscrita apenas ao Japão”, esclarece à FLEET MAGAZINE Victor Marques, Relações Públicas da Toyota Caetano Portugal.

“O carro europeu é mais largo e, em geral, maior que a versão japonesa; a certificação é por isso diferente e a homologação do carro europeu não está no âmbito do comunicado da Toyota Motor Corporation no Japão”, continua.

Por isso, diz, os proprietários do modelo do modelo com o mesmo nome (Yaris Cross) podem ficar descansados: “Esta questão está relacionada com um problema de certificação que só se aplica aos veículos vendidos no Japão. Como tal, o veículo que comprou na Europa não é afetado”, conclui o responsável da marca em Portugal.