A Uze está sediada na Bélgica e já trabalha com duas grandes empresas de carsharing daquele país, a GreenMobility e a Poppy. Até 2025 quer estar em onze cidades europeias. E Portugal? Quem sabe…

Há pouco mais de dois anos, Dieter Schotte percebeu que carregar o seu híbrido plug-in num posto de carregamento público na cidade de Antuérpia não era tarefa fácil.

Muitas vezes perdia tempo num processo que deveria ser simples e rápido. Esta necessidade aguçou o engenho e Dieter apresentou uma ideia a Kris Verdonck, da qual surgiu a pergunta: “por que não levarmos a energia até ao carro da mesma forma como quando encomendamos comida?”

Nascia assim a Uze, uma empresa com o simples propósito de carregar carros elétricos na via pública, onde o cliente quiser. Conversámos com David Coertjens, Head of Business da empresa, que promete a breve chegada deste serviço de carregamento elétrico móvel a Antuérpia, Bruxelas e Copenhaga. Um serviço que, diz, poupa tempo ao condutor, uma vez que não tem de estar à procura de um ponto de carrega- mento; afinal, qualquer lugar de estacionamento pode servir esse efeito.

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Falou no processo de encomendar comida. A Uze funciona como uma app do género?

Sim. Basta utilizar uma app para smartphone e requisitar o serviço. O nosso ‘mestre de carregamento’ dirige-se ao local onde se encontra e leva-lhe a energia elétrica de que precisa para colocar o seu carro a andar. A ideia é simples: encomendar um carregamento quando quiser, onde quiser.

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Quanto tempo é necessário para carregar um carro elétrico?

Este carregador tem uma capacidade de 30 kWh, o que significa que, para um veículo citadino como um Renault Zoe, Peugeot e-208 ou até mesmo VW ID.3, queremos garantir a carga da bateria a 60% em cada operação. Prometemos até 200 km de autonomia em 40 minutos. No final do ano queremos ter carregadores com capacidade de 36 kWh e queremos alcançar o mercado dos veículos com baterias de 70 kWh ou similares.

Porquê 60% da carga?

Porque é mais do que suficiente para o utilizador sair com o seu carro e também porque a partir dos 80% a velocidade de carregamento diminui, o que nos ocuparia a ambos mais tempo e teria, consequentemente, mais custos para o utilizador.

A propósito de custos, quanto é que o utilizador pode pagar e de que forma pode fazê-lo?

Temos dois modelos de pagamento. Um de subscrição, no qual o cliente paga uma avença mensal e temos uma tarifa de carregamento rápido de 0,69€/kWh. O cliente pode também optar por um serviço on-demand, no qual o custo é de perto de 1€/kWh.

Falou nas empresas de carsharing. Trabalham com mais clientes?

Atualmente trabalhamos com duas frotas de carsharing – que têm naturalmente de ter uma frota elétrica.

Uma das empresas é a Green Mobility (na qual estamos focados) e a outra é a Poppy (a maior empresa de carsharing na Bélgica, com uma frota de 2.500 viaturas, mas apenas 40 são elétricas).

Se trabalham com frotas desta dimensão, precisam de ter mais do que um destes veículos equipados com carregador móvel. Quantos têm, atualmente?

Começámos em abril de 2023 com o primeiro serviço. Tínhamos três veículos. Queremos expandir a nossa frota para nove unidades até ao final do ano e estar em 11 cidades em 2025. Nessa altura queremos ter 54 carregadores móveis.

Portugal ainda não está nos nossos planos, mas… quem sabe?

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