Temos assistido nos anos mais recentes ao uso recorrente do termo “mobilidade” como elemento agregador das mais diversas formas de deslocação individual e empresarial e lemos com frequência artigos com diagnósticos e projeções de como vão ser diferentes os equilíbrios futuros no âmbito dessa mesma mobilidade.

Sem colocar em causa qualquer dessas análises, existem áreas sobre as quais as empresas gestoras de frota podem e devem concentrar-se desde já para robustecer a sua oferta e reforçarem o posicionamento do renting no mercado no sentido de construir capacidade de responder às necessidades já hoje existentes. Refiro-me à gestão de frotas aplicada aos veículos comerciais ligeiros (VCL).

A Oportunidade

Entre 2015 e 2019, a ACEA reportou um crescimento médio de quase 7% no número de registos de VCL na União Europeia, crescimento entretanto interrompido durante a pandemia com consequências que se sentem ainda em 2023. Sem prejuízo desta retração recente, os VCL continuam a representar uma percentagem muito relevante do total dos veículos ao serviço das operações de diversas empresas, de pequena ou grande dimensão, e têm tido um crescimento interessante, em especial em áreas de negócio que ganharam maior projeção em resultado das oportunidades geradas durante a crise pandémica.

Os VCL são essenciais ao suporte da operação de muitas empresas. Habitualmente estão-lhes associadas especificações técnicas muito diversas e com algum grau de complexidade.

Além disso, são veículos com um grau de uso mais intensivo e cuja imobilização representa custos diretos para as empresas. Estas duas condições combinadas – complexidade técnica e celeridade na assistência – representam uma oportunidade que deverá motivar o investimento dos operadores na criação de equipas com a disponibilidade e foco adequados a este segmento de veículos dos seus clientes.

AYVENS: a nova designação da LeasePlan Portugal

VCL Transformados

Um dos âmbitos da oportunidade recai sobre os VCL transformados. De acordo com dados recentemente recolhidos pela LeasePlan, cerca de 22% das empresas com frotas de VCL opera algum tipo de transformação às especificações originais do fabricante. Um veículo considerado transformado é todo aquele que tem alterações de estrutura, carroçaria, motor, sistemas ou componentes. O mercado de veículos transformados tem bastante complexidade. Dada a diversidade de possibilidades de transformação, as marcas automóveis focam-se em conceber veículos com a versatilidade necessária para receberem os mais diferentes tipos de transformação, a qual, é realizada posteriormente, “por medida”, por operadores locais devidamente certificados.

Dependendo da complexidade da intervenção no veículo, uma transformação pode representar muitas vezes um valor tão elevado quanto o do próprio veículo (equipamentos de refrigeração, conversões de interiores como revestimentos ou isolamentos, prateleiras e/ ou mobiliário, plataformas elevatórias, gruas, etc.) pelo que é determinante que a sua especificação e orçamentação sejam realizadas com o maior grau de adequação possível entre o equipamento e as necessidades que este servirá.

Fig. 1

O desafio da eletrificação dos VCL

Outra das oportunidades por explorar no mercado dos VCL tem a ver com processo de transição desta tipologia de veículos para as motorizações elétricas. Este processo encontra-se ainda numa fase muito embrionária quando comparado com o progresso já feito pelos veículos de passageiros. Em 2021, a quota de VCL elétricos registados na Europa era de apenas 3% (que compara com 9% nos veículos de passageiros). Em Portugal, esse valor foi de apenas 1,2% nesse mesmo ano. Já em 2022, a percentagem em Portugal cresceu significativamente para 4,3%, ainda assim, bem abaixo do valor de 11,4% de registos de veículos de passageiros elétricos.

A razão deste desfasamento de ritmos resulta das metas menos ambiciosas definidas pelas entidades reguladoras para redução das emissões de CO2 por parte dos VCL, situação que não será dissociável da maior exigência para que o caminho da descarbonização possa ser feito sem afetar a operacionalidade desses veículos e dos serviços que prestam. De acordo com um inquérito realizado pela LeasePlan em maio de 2023 a uma amostra de cerca de 200 empresas com um parque de veículos agregado superior a 12 mil unidades, os VCL percorrem em média mais de 35.000 km/ano e como tal são ainda mais dependentes de maiores níveis de autonomia assim como de redes de carregamento público mais alargadas (já que nem todas as empresas têm condições para instalar uma rede privada).

Há cerca de um ano e meio, a Transport and Environment (T&E) fez um inquérito a frotas de comerciais ligeiros em seis países europeus (Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha e Polónia). Os inquiridos foram questionados sobre as motivações e as barreiras ou inibições na adoção de modelos elétricos. As respostas revelaram que quem opta por elétrico fá-lo sobretudo por questões ambientais, de reputação e económicas, ao passo que quem opta por não comprar uma versão elétrica justifica a sua decisão tendo em conta condições operacionais, como a autonomia ou a disponibilidade da rede pública de carregamentos (Fig. 1).

Às razões operacionais anteriormente indicadas acresce ainda com maior ponderação o fator custo e, nesse âmbito, quer o valor de investimento dos VCL elétricos quer a falta de vantagens fiscais no mercado nacional, tornam o custo total de utilização (TCO) de um VCL elétrico ainda muito pouco competitivo face ao de um VCL a combustão. O quadro abaixo explicita isso mesmo para diversas tipologias de VCL e mesmo nas quilometragens mais elevadas, o TCO de um VCL 100% elétrico é, no mínimo, 14% mais elevado que o seu equivalente a combustão (Fig. 2).

Fig. 2

Renting é um facilitador

Sem prejuízo do anteriormente exposto, o movimento da eletrificação dos VCL vai acontecer, mesmo que um pouco mais tarde que o processo nos veículos de passageiros. Conscientes das especificidades da operação com veículos comerciais ligeiros e dos desafios que a eletrificação deste segmento representará em breve, compete às empresas gestoras de frotas apresentar soluções que permitam aos seus clientes externalizar a gestão de VCL, eletrificados ou não, com a confiança que já hoje depositam para os veículos de passageiros.

A LeasePlan assumiu esse desígnio em 2022 com o lançamento da proposta de valor eMotion, uma solução integrada para carregamento de veículos elétricos (incluindo o veículo, o carregador, o cartão de carregamento e o aconselhamento especializado) e, mais recentemente, em 2023, com o lançamento da sua proposta de valor VANtage, que representa uma solução de renting chave-na-mão destinada a veículos comerciais ligeiros, que inclui a consultoria na seleção e configuração dos veículos, a especificação da sua transformação sempre que necessário e inclui quer a manutenção do veículo, como também dos equipamentos instalados, suportada numa rede de parceiros especializados.

Trata-se de uma solução integrada que permite ao cliente evitar o investimento num ativo de valor elevado e externalizar o peso administrativo e operacional associado à compra, homologação, legalização e gestão de exploração de um VCL, tudo supervisionado por uma equipa especializada e exclusivamente dedicada a soluções para esta tipologia de veículos e que tem por meta maximizar o tempo de operação da frota operacional.

VANtage é uma solução de renting chave-na-mão destinada a veículos comerciais ligeiros. Inclui a consultoria na seleção e configuração dos veículos, a especifica- ção da sua transformação sempre que necessário, a manutenção do veículo mas também dos equipamentos instalados