O balanço das matrículas do primeiro trimestre de 2022 é importante por duas razões:

  • Porque foi precisamente há dois anos que os efeitos da pandemia começaram a reflectir-se sobre o desempenho do comércio automóvel (restrições das vendas, diminuição da procura por causa do confinamento, da implementação do teletrabalho e também de alguma insegurança da parte dos consumidores);
  • Porque a situação da escassez de matéria-prima e do fornecimento de alguns componentes ainda não estabilizou e, de alguma maneira, tudo isto acelerou uma alteração nos hábitos de mobilidade dos condutores.

Muito concretamente em relação à mobilidade elétrica.

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Um facto que ressalta da análise a este gráfico que ilustra a distribuição das matrículas de  automóveis novos em Portugal é o crescimento de 134,3% do número de matrículas de ligeiros de passageiros 100% elétricos, face ao mesmo período de 2021.

Outro, embora com menos expressão numérica, de modelos com locomoção Gasolina/GPL.

A penetração dos motores a gasolina é a que cresce menos de entre todas as restantes motorizações.

Porém, deve considerar-se o aumento da oferta de motores híbridos a gasolina, nomeadamente motorizações mild-hybrid de 12, 24 e 48 Volts, contabilizadas como soluções híbridas.

Uma em cada dez matrículas é de um modelo 100% elétrico

Refletido em números, entre janeiro e o final de março deste ano foram matriculados 3.699 automóveis movidos exclusivamente a eletricidade.

Este valor representa 10,64% dos 34.771 registos de ligeiros de passageiros efetuados durante este período.

Com 550 matrículas, a Tesla reivindica quase 15% deste mercado. A marca americana está entre as que mais cresce em relação ao primeiro trimestre de 2021, com mais 73,5% de unidades registadas.

Seguem-se a Peugeot com 344 unidades, enquanto BMW, Audi e Kia completam o TOP 5.

  1. TESLA: 550 unidades (+ 73,5%);
  2. PEUGEOT: 344 unidades (+ 37,6%);
  3. BMW: 266 unidades (+ 2,855,6%);
  4. AUDI: 257 unidades (+ 238,2%);
  5. KIA: 247 unidades (+ 586,1%);
  6. NISSAN: 244 unidades (+ 74,3%);
  7. HYUNDAI: 194 unidades (+ 177,1%);
  8. MERCEDES-BENZ 190: unidades (+ 413,5%);
  9. RENAULT: 179 unidades (+ 58,4%);
  10. CITROEN: 152 unidades (+ 230,4%)

Toyota é a 2.ª marca mais vendida em Portugal

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O número de carros novos vendidos em Portugal tem vindo a recuperar face ao mesmo período do ano anterior. Apesar disso, o resultado no final do primeiro trimestre de 2022 está 39% abaixo do registado nos primeiros três meses de 2020

A Peugeot permanece líder incontestada da venda de automóveis ligeiros em Portugal, quer de passageiros, quer de mercadorias.

O facto mais relevante é a ascensão fulgurante da Toyota à segunda posição do segmento dos automóveis ligeiros.

A marca japonesa subiu mais de 43% no segmento dos ligeiros, instalando-se na quarta posição, atrás de um pódio composto pela Peugeot, Mercedes-Benz e BMW.

Resultado da conjugação de dois fatores – disponibilidade de produto e uma estratégia bem conseguida que a tem feito crescer nas empresas, a marca japonesa construiu um resultado que lhe permite reivindicar o segundo lugar no segmento dos ligeiros de mercadorias, a seguir à líder Peugeot e à frente de marcas com peso nesta classe, como a Citroën e a Renault que, por esta ordem, ocuparam as posições imediatas.

Outro dado curioso que os números do primeiro trimestre revelam respeita ao comportamento da Dacia, não por acaso, uma das marcas que aposta na oferta de modelos a GPL. Só no mês de março, das 777 matrículas realizadas, 446 unidades possuem este tipo de solução.

A marca romena, que pertence ao universo da Renault, mais do que duplicou o resultado do primeiro trimestre do passado ano, conquistando a 10.ª posição na tabela global de automóveis ligeiros (+103%), ou a 9.º posição da reservada aos ligeiros de passageiros (+112,2%).

Dados: ACAP