Na sua habitual conferência de apresentação de resultados de 2016 e antevisão do mercado automóvel em 2017, a ACAP avançou com uma previsão de crescimento de 2 a 3% do mercado automóvel em Portugal, este ano.
Uma previsão conservadora e que contrasta com o crescimento superior a 10% das vendas de automóveis em Portugal em janeiro de 2017 e ainda em contraciclo com a crescente confiança económica dos portugueses.
Mas a mesma previsão conservadora quanto à venda de carros novos na Europa foi expressa pela ACEA (Associação Europeia dos Fabricantes de Automóveis) na sua também tradicional conferência de início do ano.
Esta modéstia contrasta igualmente com a pujança que as vendas automóveis na Europa revelaram em janeiro de 2017.
Nesse encontro, a ACEA aproveitou não só para partilhar as suas expectativas de mercado como deixou algumas recomendações para 2017, apesar dos excelentes resultados obtidos na venda de carros novos, na Europa, em 2016:
“Ao contrário de muitas manchetes de jornais e apesar da Brexit ou do referendo italiano, a confiança do consumidor, até agora, manteve-se sólida”, começou por referir o presidente da ACEA, Dieter Zetsche.
Contudo, para 2017, a ACEA perspectiva um crescimento mais moderado, em redor 1%.
“Muito dependerá da evolução das condições macroeconómicas e dos desenvolvimentos políticos, mas esperamos que o nosso mercado permaneça estável. Por conseguinte, exortamos a UE a prosseguir os seus esforços para garantir um acesso justo ao mercado mundial”, destacou Dieter Zetsche, que também é membro do Conselho de Administração da Daimler AG desde 1998 e presidente deste órgão desde 2006.
O presidente da ACEA lembrou alguns factos que vão ocorrer em 2017, como a entrada em vigor de duas importantes leis de controlo de emissões: um ensaio laboratorial actualizado para a medição das emissões de poluentes e de CO2 dos automóveis (WLTP) e a ainda a primeira etapa de um novo ensaio para medir as emissões poluentes em condições reais de condução (RDE ).
Recorde-se que, no que respeita à RDE, a Comissão Europeia ainda não publicou o quarto e último pacote que, entre muitas coisas, estabelecerá os procedimentos para os testes de vigilância em circulação dos veículos.
“No que respeita ao WLTP, um factor-chave para o sucesso será a informação do consumidor. E os decisores políticos devem garantir que a mudança para o WLTP não tenha impacto na tributação dos veículos, aumentando os custos para os consumidores”, lembrou Zetsche, além de presidente da ACEA, também chefe da divisão de carros Mercedes-Benz.