A Via Verde está a preparar-se para lançar uma app com todos os seus serviços de mobilidade já disponíveis. Ainda não há data marcada para o lançamento desta solução, mas para já a empresa promete continuar a fazer investimentos neste sector, à medida das oportunidades que vão surgindo.

Neste momento, o portfolio de soluções da Via Verde para mobilidade é disperso, apesar de terem agregado os serviços na app Via Verde. Assim que se pretende aceder a um serviço, como o DriveNow (a solução de carsharing, desenvolvida em parceria com a empresa que é propriedade da BMW e Sixt), somos encaminhados para a app em nome próprio dessa marca.

No futuro, a Via Verde pretende ter aquilo a que se chama cartão ou orçamento de mobilidade, mas de uma forma puramente digital. Esta é a primeira empresa a avançar com o desejo de ter este serviço no país. Uma solução de mobilidade integrada vai permitir às pessoas terem um leque de soluções (como carro, car-sharing, transportes públicos, bike-sharing) sob um único orçamento e com gestão e inteligência única.

 

Via Verde Mobilidade

A Brisa tem vindo a fazer algumas aproximações ao que poderá ser esta solução, como a utilização do nome Via Verde Mobilidade.

“O Via Verde Mobilidade é o serviço que agrega diferentes meios de transporte”, disse à Fleet Magazine Franco Caruso, o responsável de comunicação e sustentabilidade da Brisa.

“O posicionamento [que queremos ter] é lançar um conjunto de serviços individualmente, que no futuro vão convergir numa só app”, diz.

Para já, ainda não há prazos definidos para o lançamento desta solução. A Via Verde tem o seu próprio calendário, mas que é obrigado a ficar dependente do desenvolvimento das parcerias em curso. O desenvolvimento de parceiras com outros operadores de transporte, nomeadamente públicos, é um dos pontos-chave para se conseguir avançar com estas soluções de mobilidade integradas e um dos principais desafios por onde passam as empresas que queiram entrar neste negócio.

Da parte da Via Verde, existem parcerias de mobilidade com a DriveNow, Fertagus e Carris/Metro e de estacionamento com a Empark, além de soluções próprias de ridesharing.

A empresa está otimista. “Os operadores vão perceber a vantagem de se integrarem. Não é um processo fácil, porque implica uma mutação nos seus processos de negócio. É natural que uma empresa tenha que analisar as implicações a médio e longo prazo de aceitar determinadas transformações”.

 

Das infraestruturas Brisa à mobilidade

A Brisa quis avançar com estes serviços de mobilidade quando percebeu as transformações que estavam a ocorrer.

“A desapropriação do veículo é uma tendência. O que estamos a fazer é uma antecipação em relação às tendências do futuro do que vai ser a mobilidade”, diz Franco Caruso. O diretor de comunicação chega a dizer que o consumidor de serviços de mobilidade já não é o de serviços de transporte. “Passámos das infraestruturas para a mobilidade e do carro para as pessoas”.

“Cada pessoa encara a deslocação do ponto A para o B como a função que ela procura. Se depois essa função é garantida por um único modo de transporte ou por vários, é uma questão da escolha da pessoa, em função de critérios que podem mudar de dia para dia e no mesmo período do dia”, diz.

A Brisa tem ido buscar parcerias à medida das oportunidades que vão surgindo. A DriveNow é o exemplo mais recente, onde procuraram um parceiro com o nível de profissionalismo e posicionamento de mercado semelhante.

A empresa vai fazendo contactos para perceber as tendências de mercado e os operadores mais chegados aos temas vão sendo contactados.

Na Brisa, não há, contudo, unidades de negócio especialmente dedicadas ao tema – apesar de terem uma empresa, a A-to-B, para desenvolver serviços nesta área. São as pessoas das várias áreas de negócio que contribuem para os projetos de mobilidade. As competências mais requeridas são financiamento, regulação e financiamento, tecnologia, recursos humanos e marketing estratégico. Numa reunião recente, estiveram presentes cerca de 90 pessoas.

A Brisa vai continuar a desenvolver estes projectos. Como Franco Caruso diz, o consumidor de mobilidade é mais oportunista do que era no passado. “Porquê? Porque as ferramentas digitais lhe dão uma escolha mais ampla e literalmente ao minuto”.