Podem existir mais marcas e modelos, além das que fazem parte do grupo alemão, afetados pela questão do software utilizado nos motores a gasóleo série EA 189 do grupo VW.
Como é comum acontecer na indústria automóvel, numa estratégia de redução de custos, fabricantes como a Chrysler e a Mitsubishi compraram à VW motores a gasóleo para equipar modelos próprios destinados ao mercado europeu.
No primeiro caso, o Chrysler Sebring, o Jeep Compass e o Dodge Journey (2008-2011), por exemplo, enquanto a marca japonesa também utilizou o motor 2.0 TDI de 140 cv para equipar o Grandis, o SUV Outlander e o Mitsubishi Lancer.
Contudo, isto não significa que os motores fornecidos pela Volkswagen a estes construtores possam incluir o software que “disfarça” o valor das emissões no banco de ensaios.
Francisco Geraldes, o novo director-geral da Mitsubishi em Portugal após a alteração do importador, tranquiliza os proprietários de veículos do construtor japonês: “em relação aos motores VW comercializados em produtos Mitsubishi, temos a confirmação, por parte da Mitsubishi Motors, de que a Volkswagen já confirmou que nenhum dos motores utilizados pelos nossos carros está afetado pela situação que atinge as marcas do grupo alemão”.
Já a Chrysler, duramente atingida pela crise da indústria automóvel nos EUA a partir de 2008, concluiu, no início de 2014, o processo de fusão com o grupo Fiat. O mesmo que, numa engenhosa e provocadora estratégia de marketing, está a oferecer aos clientes italianos incentivos até 1.500 euros na retoma de carros de qualquer das marcas do grupo alemão.
No que concerne aos modelos da Volkswagen, Audi, Skoda e Seat com motores afetados, já foi adiantada uma uma primeira solução para as motorizações a gasóleo 2.0 TDI e 1.6 TDI.
Para o motor 2.0, a Volkswagen garantiu que, ainda em 2015, estará pronta uma solução que passa pela alteração do software dos modelos afectados. Prevê-se que a sua implementação comece no início de 2016.
Para o motor 1.6, além de um novo software, serão necessárias alterações no motor. Neste caso , o construtor refere que não deverão estar prontas antes de Setembro de 2016.
A Volkswagen anunciou que assume total responsabilidade e que suportará o custo de todas as medidas necessárias. Uma primeira estimativa indica que poderão variar entre os 20 e os 10 mil euros por veículo.