Um dos maiores lóbis europeus do setor automóvel veio avisar para os impactos que os novos testes de emissões das viaturas (WLTP) podem ter nos preços de venda.
“Os governos locais precisam de assegurar que os impostos baseados no CO2 vão ser justos, dado que o WLTP vai resultar em valores mais altos de CO2 comparado com os anteriores NEDC”, disse o secretário-geral daAssociação Europeia dos Construtores Automóveis (ACEA), Erik Jonnaert. “Se não o fizerem, a introdução destes novos procedimentos pode aumentar a carga fiscal junto dos consumidores”.
Os testes WLTP vão começar já a partir de dia 1 de Setembro deste ano, para os modelos que sejam introduzidos no mercado pela primeira vez a partir desta data. Mas, a partir de Setembro de 2018, o teste vai ser aplicado a todos os carros novos que vão ser vendidos dentro do espaço europeu.
WLTP: impacto em Portugal
Portugal é um dos 19 países-membros que aplica impostos baseados nas emissões de CO2 das viaturas. Como os resultados das leituras de emissões através dos testes WLTP são mais rigorosos que os das anteriores NEDC, o valor de imposto poderá subir.
A associação dá o exemplo de um carro que tenha apresentado uma medida de 100 gCO2/km nos NEDC e que passa a acusar cerca de 120 gCO2 com os testes WLTP. NAs tabelas atuais, a taxa por g/km numa viatura a gasóleo passaria de 70,64 euros a 156,66 euros, se este tivesse emissões de mais de 121 gCO2/km. Em termos concretos, uma viatura onde as medições NEDC acusem 100 gCO2/km paga agora 649,16 euros desta componente de imposto. Com a leitura WLTP, passaria para 121 gCO2/km e pagaria 2084.46 euros de componente ambiental.