De acordo com um estudo da Automobilwoche, uma publicação que faz parte da Automotive News, as mudanças nas regulamentações da aprovação de tipo de veículos em toda a União Europeia podem estar relacionadas com a queda nas vendas que os fabricantes automóveis sofreram recentemente.

Algumas marcas, como é o caso da Volkwswagen, Audi ou Nissan, podem à data não estar preparadas para a introdução dos novos testes, diz o estudo.

Desde 1 de setembro que todos os veículos de passageiros vendidos na Europa têm de ser novamente certificados ao abrigo dos parâmetros atualizados do WLTP.

VW e o seu desafio

“Salvo raras excepções, todas as combinações de motores serão alvo de certificação ao abrigo da nova norma de emissões Euro 6d-TEMP EVAP-ISC”, garante o fabricante alemão.
Já a divisão de veículos comerciais da VW admite que apenas 33% das suas variantes foram certificadas desde 1 de setembro.

Restrições e atrasos

A VW foi a marca que mais foi afetada pelas mudanças na regulamentação do WLTP, dado que muitos dos seus esforços de certificação foram centrados no pós-escândalo de emissões e nas suas consequências, o que resultou em diversos entraves nas entregas e vendas de veículos.

Cenário animador

Ainda assim, os principais observadores da indústria automóvel não anteveem o mesmo nível de perturbações que afetaram os fabricantes em 2018.

Arndt Ellinghorst, da Evercore ISI garantiu aos investidores que não se espera que se assistam a perturbações de maior nos próximos meses e que “a nova regulamentação será menos prejudicial que o WLTP de setembro de 2018”.

Teste EVAP

A principal mudança inclui um teste de emissões para veículos a gasolina para medir a emissão de gases hidrocarbonetos quando estacionados durante um período superior a 48 horas.
De acordo com Patrick Gerstmeyr, da TUEV Sued, empresa que supervisiona os testes em nome dos reguladores alemães, “todas as combinações motoras devem ser testadas mais uma vez”.

O especialista da TUEV Sued conclui ainda que “desta vez os fabricantes de automóveis parecem estar melhor preparados”.

Mãos à obra

É sabido que a Mercedes-Benz, por exemplo, duplicou os horários de trabalho no seu laboratório de Estugarda.

Parte do problema da mudança para as novas regras é que os carros têm muitas vezes de “apurar” entre testes – o veículo é deixado numa sala em ambiente controlado até 12 horas para ser preparado para o teste regulador seguinte.

Um teste de altas e baixas emissões a um veículo pode demorar até 10 dias úteis, dada a necessidade de ser realizado em condições ambientais rigorosas – livre de humidade, por exemplo.

Marcas adaptam-se às exigências

Harald Behrendt, Senior Manager da Daimler, diz que “o tempo para preparar e operar um veículo numa bancada de testes pode durar apenas uma hora, mas são todos os passos entre testes que custam às marcas tempo precioso”.

Outro exemplo tem a ver com o combustível. Dado que os automóveis apenas podem ser certificados com combustível ao abrigo das exigências da União Europeia, um veículo que saia da linha de montagem tem de ter o seu depósito drenado e novamente atestado.

O teste EVAP requer uma sala de testes própria denominada SHED (Sealed Housing for Evaporative Determination). A Mercedes-Benz tem quatro destas salas no seu centro de medições de Estugarda.