zeevA ZEEV tem várias marcas de viaturas elétricas no seu portfolio e representa ainda a Tesla.

A ideia que defende é que a mobilidade elétrica não trata apenas de viaturas, mas de todo um conjunto de soluções

Primeiro é preciso ter coragem para abrir um concessionário multimarca.  Depois, que seja apenas de viaturas elétricas. E, por fim, arrancar com soluções próprias de renting para este tipo de carros. Se a isto acrescer que estas rendas podem incluir todos os fatores ligados à mobilidade, tem-se um projeto único no país neste tipo de soluções.

Carlos Jesus é o mentor da Zeev, que vende viaturas novas de várias marcas e que é o representante da Tesla para o país. A diferenciação que pretende trazer, quando tem as próprias marcas com os seus produtos movidos a eletricidade, é o valor do serviço. “O que oferecemos é uma solução de mobilidade, não um renting puro e duro de viaturas”, diz. Além do carro, a oferta pode ainda acrescentar o carregador para as viaturas, a criação das infra-estruturas no espaço do próprio cliente, e a energia para a quilometragem contratada, renovável sempre que for possível. Estes custos podem ser colocados como rendas mensais, juntamente com a dos carros. Para frotas maiores, existe ainda um serviço de reporting, que indica quanto é que cada viatura consome e quanto cada cartão de energia gastou, os dados da curva de energia e se o carro é mais ou menos eficiente em comparação com outros semelhantes.

Motor elétrico ou térmico?

zeevJesus diz que as empresas que já são clientes da ZEEV optam sempre por ter estas rendas em separado. E que os pedidos de comparativos entre viaturas elétricas e as térmicas são, obviamente, comuns. “Para as empresas, onde existe a dedução do IVA e a isenção de Tributação Autónoma, estamos a falar de recuperação do investimento logo na aquisição”, diz. A comparação de Carlo Jesus é entre um Tesla Model S e um carro equivalente. É justo dizer que para a comparação poder ser feita, é preciso comparar com uma viatura a gasolina, dados os valores de potência. Os benefícios fiscais favorecem o carro elétrico. A partir do 15 mil km/ano, começa a ser rentável ter um carro elétrico logo no primeiro ano. “Há um custo inicial efetivamente maior, mas no renting começa a ganhar-se logo a partir da oitava renda”, diz Carlos Jesus. “O custo da eletricidade é fixo a quatro anos, enquanto no gasóleo é variável. Isso é uma incógnita para as empresas e numa frota muito grande pode significar muito”.

As empresas já são a maior parte dos clientes da ZEEV. Aparecem entidades de todas as dimensões, desde as pequenas e microempresas, em que o utilizador é o comprador, até empresas do PSI 20.

“As empresas têm muito mais vantagens”, diz Carlos Jesus. “Uma grande preocupação é com a autonomia e nós passamos a que é real para cada modelo e não a anunciada. Nós não vendemos argumentos comerciais. A decisão final é do cliente. Vemos as suas necessidades e apresentamos a melhor solução para o seu caso”.

Estes clientes têm optado cada vez mais por soluções de aluguer operacional. A ZEEV elabora propostas, cujo financiamento provém de uma parceria com uma gestora do mercado. Os valores são competitivos, acredita Jesus, que lembra que é a especialização da empresa na qual é diretor que traz valor acrescentado aos seus clientes.

Os valores residuais são deixados por sua conta. A ZEEV tem tentado manter o valor de usados dos carros elétricos que vende, utilizando até um site (em usados.zeev.pt) para escoar alguma da oferta. “Há mais procura do que oferta neste mercado de usados”, diz. Mas nem todo o mercado tem uma preocupação de sustentabilidade. “Tentamos não ir na guerra dos preços. Vamos colocando todos os usados elétricos e híbridos, nossos e de clientes, e tentamos que o valor se mantenha relativamente alto”.

Naquele que é o modelo mais icónico entre aqueles que vende, o Tesla Model S, ainda nem sequer há qualquer experiência a respeito de desvalorização. Noutros produtos tecnológicos, se o carro elétrico for considerado da mesma forma, a desvalorização é rapidíssima e tendencialmente para zero. No entanto, Carlos Jesus, explica que neste modelo em específico poderá não ser assim. “A Tesla nasceu à volta de um computador, ao contrário de outras marcas que incorporaram tecnologia elétrica em carros já existentes. É sempre a pensar como mais tarde posso evoluir, como por exemplo através de um upgrade nas baterias ou na potência de um carro”, explica. Ou seja, a aquisição de uma viatura como esta é pensada a prazos mais longos, dado que pode estar sempre a melhorar através destas atualizações. Isto faz com que neste modelo em específico, a escolha dos clientes tenda sempre para uma opção de compra no final dos contratos de financiamento, sejam eles em leasing ou renting.

A qualidade do carro também é excepcional. A FLEET MAGAZINE teve oportunidade de testar um durante algumas horas e a experiência é diferente de todos os outros carros já conduzidos. Não é só a potência em causa (425 cv!) ou o nível de conforto e de espaço. É principalmente a tecnologia a bordo e o cuidado nos detalhes na experiência do utilizador que tornam o Model S uma visão do que será o futuro a bordo de um automóvel.

Por outro lado, são conhecidos os baixos custos que este tipo de viaturas exige. A assistência da Tesla é feita pela ZEEV em parceiros selecionados. Mas brevemente vai abrir um centro técnico, uma oficina com pessoas especializadas para trabalhar em elétricos. Já existe algum capital humano no país que o permita fazer. E, aparentemente, cada vez mais procura.

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