A nível operacional, a sinistralidade resulta na interrupção da atividade da empresa afetando as operações logísticas, reuniões com clientes e introduz complexidade adicional no planeamento e controlo das atividades.
A nível financeiro, sinistros frequentes representam mais custos com reparações, custos com a substituição temporária de veículos, aumento potencial dos prémios de seguro e perda de bonificações ou acesso condicionado a determinadas coberturas ou franquias reduzidas.
A nível reputacional, um maior nível de sinistralidade, poderá resultar na perceção negativa por parte de clientes e parceiros de um eventual défice de profissionalização na gestão da frota e atenção ao capital humano. Uma sinistralidade elevada significa uma maior exposição a riscos resultantes de acidentes sendo que estes poderão, em casos mais extremos, resultar em danos corporais no colaborador ou em terceiros, com todas as consequências físicas e psicológicas que daí possam advir, além de potenciais baixas médicas prolongadas e eventuais litígios indesejáveis.
Indicadores a monitorizar
Uma gestão eficaz da sinistralidade deve estar assente em políticas claras de utilização das viaturas e definição inequívoca de responsabilidades sobre os danos causados nas mesmas. Complementarmente, e de forma regular e transparente, devem ser medidos e partilhados indicadores relativos à “saúde” de utilização dos veículos, criando-se assim uma consciencialização coletiva sobre a atenção e o impacto que a sinistralidade tem na atividade da empresa.
Indicadores como a taxa de sinistralidade, o custo médio por sinistro, a frequência de sinistralidade, os custos com reparações e franquias, as coberturas mais ativadas ou as horas e dias com mais ocorrências, são alguns dos que mais relevância conferem à análise, eventualmente segmentada por categoria de veículo, tipologia de utilização, departamento ou até mesmo ao nível da matrícula/colaborador. Do seu parceiro na gestão da frota deverá esperar a monitorização regular e sistemática desses indicadores-chave com o objetivo de suportar a análise da sinistralidade e reforçar o controlo operacional e a gestão de risco.
Essa análise resulta habitualmente num documento de periodicidade semestral (ou outra a acordar), com as diversas métricas e as tendências, e que suportará a implementação de medidas corretivas sempre que identificados desvios face aos objetivos definidos.
Medidas de controlo da sinistralidade
Investir em políticas de prevenção, formação de condutores e monitorização de indicadores tem produzido resultados significativos nas frotas nacionais. A experiência da Ayvens na implementação do programa Active Prevention, ao longo do ano 2024, em 20 dos seus maiores clientes com taxas de sinistralidade mais preocupantes, resultou numa redução significativa desse indicador, protegendo cada uma dessas empresas de aumentos nos prémios dos seguros.
O programa de prevenção pode e deve ser projetado à medida das principais carências identificadas em cada frota. Deverá começar por se fazer um levantamento preliminar dos sinistros mais comuns e respetiva gravidade, da quantificação do valor de cada indicador no momento de implementação do programa e os valores alvo a atingir a curto e médio prazo. O plano poderá ainda ser enriquecido com a análise de consumos de combustível/energia e do histórico de multas e tipologias respetivas.
A partir da análise dos pontos com maior necessidade de atuação preventiva, o plano pode incluir várias medidas, entre as quais se destacam a formação e capacitação das competências de condução dos colaboradores, a monitorização de condução por recurso a tecnologia a incorporar no veículo, a introdução de regras na política de frota interna relativas ao uso de telemóvel no veículo, a introdução de algum tipo de co-responsabilização dos colaboradores na comparticipação nos custos em sinistros com responsabilidade, a criação de incentivos destinados a condutores sem sinistros, o cumprimento escrupuloso dos períodos de manutenção do veículo e, finalmente, o fomento de uma cultura de segurança assente em campanhas internas de sensibilização e comunicação regular com estatísticas e recomendações de boas práticas.
Benefícios da redução da sinistralidade
As empresas têm todo o interesse em investir no controlo da sinistralidade. Além da redução de custos diretos com reparações, franquias e veículos de substituição, aumentam a sua capacidade negocial para reduzir os prémios de seguro ou adicionar coberturas mais abrangentes sem aumento de custo.
Complementarmente, aumenta a produtividade por via da maior disponibilidade dos veículos para a atividade, aumenta a segurança e bem estar dos colaboradores e constrói-se ou reforça-se uma cultura de segurança e responsabilidade.
Uma frota gerida com critérios de segurança exigentes, transmite confiança aos colaboradores, clientes e parceiros, reduz impactos ambientais associados a reparações e substituição de peças e reduz a probabilidade de processos judiciais e reclamações, evitando custos adicionais e danos reputacionais. A operacionalidade sai reforçada e a imagem corporativa é preservada.


























