Antes do novo T-Roc, um pouco de história e alguns números:
- O Volkswagen T-Roc é produzido na fábrica da Autoeuropa, em Palmela. Os quase 5.000 colaboradores (4.842 à data) daquela unidade fabril produzem ali a anterior (ainda saem da linha de montagem) e a nova geração do T-Roc, peças prensadas para vários modelos do Grupo e também ferramentas;
- Em 2024 foram produzidos 236.100 T-Roc na Autoeuropa, a um ritmo de 1.000 unidades/dia;
- Campeão de vendas no segmento SUV na Europa, entre 1 de janeiro e 31 de agosto, a Volkswagen vendeu qualquer coisa como 141 mil unidades (em 2024 ultrapassou a barreira das 200 mil unidades vendidas);
E agora, o novo Volkswagen T-Roc
Retirar da gama T-Roc o motor 1.0 litros (a gasolina) e equipá-lo apenas com um bloco 1.5 TSI (exceção feita ao bloco 2.0 eTSI que equipará as versões 4MOTION de 204 cv e R de 333 cv) foi uma decisão que a Volkswagen não tomou de ânimo leve. Afinal, a partir de agora este é o verdadeiro coração do T-Roc, que passa a ser o primeiro modelo da gama do fabricante alemão cuja oferta de motorizações é composta única e exclusivamente por sistemas híbridos.
No lançamento, a Volkswagen coloca no mercado – e pela primeira vez no T-Roc – o 1.5 eTSI com tecnologia mild-hybrid de 48V em duas variantes de potência (116 e 150 cv), que a FLEET MAGAZINE teve oportunidade de conduzir entre Cascais e Palmela, sede da fábrica da Volkswagen Autoeuropa.

Uma das razões apontadas pela Volkswagen para a tão aclamada eficiência deste motor prende-se com o facto de, quando ativo e sempre que possível, este desligar 2 dos 4 cilindros. A isso junta-se a recuperação de energia cinética durante a fase de desaceleração, imediatamente armazenada numa bateria de iões de lítio. O resultado é o já sobejamente conhecido funcionamento deste tipo de motores: desliga-se repetidamente durante a condução, levando o T-Roc a vários momentos de condução zero emissões, o que também garante uma redução substancial nos consumos de combustível.
A isso junta-se a função “boost elétrico” do sistema híbrido, que otimiza a performance nas acelerações, proporcionada pelo motor de arranque/alternador de 48V acionado por correia, que disponibiliza binário elétrico adicional de até 56 Nm, apoiando assim o motor a gasolina em momentos de maior exigência (útil em arranques em subida, por exemplo).
Já em 2026 chegará o novo sistema full hybrid, igualmente disponibilizado com o bloco 1.5 litros, em duas variantes de potência (136 cv e 170 cv). O mild-hybrid 2.0 eTSI de 204 cv e a versão R de 333 cv, ambas com tração integral chegarão em 2026 e 2027, respetivamente, promete a VW

2.ª geração do Volkswagen T-Roc mais evoluída
Esta é a segunda geração do T-Roc e assenta na plataforma MQB evo, uma evolução da plataforma modular transversal do Grupo.
Comparativamente com a primeira geração, este novo SUV consegue, graças à MQB evo, integrar sistemas de assistência e conveniência utilizados em modelos de segmentos superiores, como é o caso do Tiguan e do Tayron.
Assim, o novo T-Roc equipa a nova geração do sistema Travel Assist, que não só apoia em mudanças automáticas de faixa, mas também reage de forma mais suave e antecipada às alterações de limites de velocidade. Utilizado nas autoestradas entre Cascais e a Autoeuropa, este sistema provou estar à altura do que promete: momentos de condução despreocupada e muito pouco intrusiva.
Mais espaço a bordo
Tem mais 12 cm de comprimento do que a geração anterior, uma distância entre eixos maior que aumentou em 3 cm e uma bagageira com mais 30 litros de capacidade, fixando-se este valor agora nuns já expressivos 475 litros, quando carregada até à altura dos encostos dos bancos traseiros, que rebatem na proporção 1/3-2/3.
Estrutura de equipamento reorganizada
A Volkswagen clarificou a estrutura de equipamento do T-Roc. “Os equipamentos de série, opcionais e respetivos pacotes podem ser selecionados de forma mais simples e intuitiva, com apenas alguns cliques”, diz a marca, que já colocou o novo T-Roc em pré-venda no seu site.
Assim, o T-Roc pode ser configurado nas quatro linhas de equipamento Trend, Life, Style e R-Line.
A partir do nível de equipamento Life, a zona de apoio de braços central, incluindo o apoio de cabeça central, pode ser rebatida separadamente para transporte de objetos mais compridos.
Tecnologia encontrada em modelos de gamas superiores
A bordo do T-Roc encontra-se uma atmosfera minimalista, com superfícies muito simples, porém equipadas com materiais de boa qualidade (suaves e revestidas a tecido na zona do tablier).
O volante multifunções conta com botões de fácil e intuitiva utilização e o head-up display projetado no pára-brisas estreia-se neste SUV compacto.
Novidade é também a chegada do mais recente sistema de infotainment que inclui controlo por voz e integração com ChatGPT.
Ainda ao volante, destaque para o novo painel de instrumentos digital em formato rectangular.
Destaque ainda para o sistema de climatização de três zonas (Air Care Climatronic), um opcional que, enquanto alternativa ao ar condicionado automático de duas zonas de série, permite um controlo climático independente para a zona traseira de três lugares.

O preço aumenta, sim. Mas…
| mHEV | Trend | Life | Style | R-Line |
|---|---|---|---|---|
| 1.5 eTSI 116 cv DSG | 33.444 euros | 36.394 euros | 40.432 euros | - |
| 1.5 eTSI 150 cv DSG | - | 39.151 euros | 43.190 euros | 44.117 euros |
O preço é talvez o calcanhar de Aquiles do novo T-Roc. Proposto a partir de 33.444 euros na versão Trend equipada com motor de 116 cv, o SUV entrega, conforme o descreve Florian Pupeter, Managing Director da SIVA|PHS, importadora da marca alemã para Portugal, “estilo, tecnologia avançada e acessibilidade”. Talvez por isso a fasquia esteja mais elevada com este novo modelo, acrescenta o administrador.
Já Marília Machado dos Santos, diretora-geral da marca Volkswagen para Portugal, sabe que sim, há um desafio de preço com o novo T-Roc, muito por culpa do bloco 1.5 litros que agora substitui o muitas vezes preferido 1.0. “Como passamos para o cliente uma fiscalidade na ordem de 2.000 euros? O mercado não absorve essa ideia”, diz a responsável quando confrontada com a ideia de que este modelo estará sujeito a impostos mais altos em virtude do tamanho do motor que o equipa.
Mas a marca fez um verdadeiro exercício de ginástica financeira e apresenta a segunda geração do T-Roc com uma diferença de 1.101 euros entre a anterior geração e a nova. Desta forma, comparando a versão de entrada da anterior geração com a nova, bem mais equipada, estas são as diferenças:
| 1.0 TSI 116 cv Urban (geração anterior) | 1.5 eTSI 116 cv Trend DSG (nova geração) |
|---|---|
| Jantes de liga leve 17'' | Jantes de liga leve 16'' |
| Infotainment 8'' | Infotainment 10,4'' |
| Câmara traseira | App connect wireless |
| Cruise Control Adaptativo ACC | Cruise Control |
| Faróis em LED | Faróis em LED |
| Light Assist | Assistente de ângulo morto "Side Assist" |
| Vidros traseiros escurecidos | Assistente de cruzamentos |
| Sensores de estacionamento traseiro e dianteiro | Sensores de estacionamento traseiro e dianteiro |
| Pintura metalizada | - |
| Preço de 32.343 euros | Preço de 33.444 euros |



























